O exército da Ucrânia atacou hoje com mísseis o porto de Berdiansk, no Mar de Azov, anunciaram as autoridades pró-russas da região ucraniana de Zaporijia.

"O inimigo efetuou um ataque com mísseis guiados contra o porto de Berdiansk. As bolsas de fogo causadas pelo impacto foram extintas", informou o governador imposto por Moscovo, Yevgeny Balitsky, nas redes sociais.

O governador, que foi recentemente recebido em Moscovo pelo Presidente Vladimir Putin, disse que o ataque não causou feridos entre os civis e não perturbou o funcionamento das instalações portuárias.

Balitsky afirmou que as defesas antiaéreas continuavam em alerta máximo, uma vez que não estavam excluídos novos ataques ucranianos à cidade, segundo a agência espanhola EFE.

No final de outubro, Kiev atacou o porto estratégico, que está sob controlo russo desde 2022, provocando a morte de uma mulher idosa.

O exército russo controla mais de 70% de Zaporijia e está a tentar tomar o controlo do resto da região à medida que avança para a vizinha Donetsk.

A guerra iniciada em fevereiro de 2022 registou nas últimas semanas novos desenvolvimentos, com Kiev a denunciar o envio de milhares de tropas norte-coreanas para a Rússia e Moscovo a ameaçar o Ocidente com um novo míssil hipersónico.

A Rússia culpa o Ocidente pela guerra, que o ex-presidente russo, Dmitri Medvedev, disse hoje que poderia terminar sem mais perdas humanas se a NATO (sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte) parasse de alimentar o conflito.

"Se o bloco da NATO tomar uma posição realista, se deixar de atiçar as chamas da guerra na Ucrânia, este conflito pode terminar sem custos para a humanidade, pelo menos sem novos custos", disse Medvedev à televisão Al Arabiya, citado pela agência oficial TASS.

O vice-chefe do Conselho de Segurança russo reafirmou que Moscovo não pretende utilizar armas nucleares, que considerou tratar-se de "uma opção extrema".

Vladimir Putin assinou esta semana a revisão da doutrina nuclear do país, que passou a prever o uso de armas nucleares se a Rússia for atacada com armas convencionais.

"A decisão, como é óbvio, é tomada pelo comandante supremo, ou seja, o Presidente do país. Os riscos são elevados, mas isso não significa que esses riscos sejam irreversíveis", afirmou Medvedev.

Em Kiev, as autoridades denunciaram hoje que militares norte-coreanos, que até agora apenas se encontravam na região russa de Kursk, foram também transferidos para Belgorod, que faz fronteira com a região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia.

"Alguns militares da RPDC foram transferidos para a fronteira da região de Belgorod", disse o chefe do Departamento Central de Inteligência do Conselho Nacional de Segurança e Defesa, Andriy Kovalenko.

O dirigente ucraniano referia-se à República Popular Democrática da Coreia (RPDC), o nome oficial da Coreia do Norte.

Pyongyang enviou, nas últimas semanas, cerca de 10.000 soldados para apoiar o exército russo, segundo informações confirmadas pela NATO, pelos Estados Unidos, pela Coreia do Sul e pela Ucrânia.