Os partidos reagiram, esta sexta-feira, à ação do Chega na Assembleia da República. O partido liderado por André Ventura pendurou faixas nas janelas com as caras de alguns líderes políticos em protesto contra o fim do corte de 5% nos vencimentos dos titulares de cargos políticos.
Esta sexta-feira, no Parlamento, os deputados dos vários partidos não pouparam nas críticas à ação de protesto do Chega.
Os deputados da direita à esquerda pediram a palavra, esta sexta-feira, à margem da votação do Orçamento do Estado, para agradecerem ao presidente da Assembleia, Aguiar-Branco, por ter mandado retirar as faixas colocadas pelo partido de Ventura.
Hugo Soares, líder parlamento dos sociais-democratas, diz que o presidente da AR "fez o que devia fazer em nome e em defesa do prestígio das instituições" e garante que "os portugueses estão fartos de circo".
PS
Já o Partido Socialista, através da deputada Alexandra Leitão, reconhece que "em 50 anos de democracia, antes de haver este partido [o Chega] isto não acontecia". A socialista entende que a ação do Chega "é uma forma de coação".
IL
Mariana Leitão, líder parlamentar da IL, fala em "desrespeito pela democracia" e acusa o Chega de não ter apresentado uma proposta alternativa.
PAN
A deputada do PAN, Inês de Sousa Real, insiste na ideia de não avançar os trabalhos na AR enquanto as tarjas não forem retiradas. Considera que as tarjas em questão são "ofensivas para a nação" e para o "exercício do cargo público".
PCP
A deputada comunista, Paula Santos, refere que o "Chega pretende desviar as atenções da AR do que deve ser o seu trabalho". Para Paula Santos o Chega quer apenas "ocultar o seu comprometimento com este Orçamento do Estado".
CDS-PP
Paulo Núncio aponta que o essencial é retomar os trabalhos da AR e pede que não se dê atenção "a autores de atos de vandalismo".
Livre
Isabel Mendes Lopes, deputada do Livre, concorda com a retirada das faixas e fala em "constantes violações das regras democráticas".
O presidente da Assembleia da República repudiou hoje a "vandalização política" do património nacional com a colocação de pendões do Chega contra o fim do corte nos vencimentos dos políticos e deu ordens para que seja retirada.
No arranque do último dia do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), José Pedro Aguiar-Branco quis dirigir-se aos deputados para dar conta do seu lamento e repudio pela colocação pelo Chega de vários pendões na fachada do edifício da Assembleia da República contra o fim do corte nos vencimentos dos políticos, que foi aprovado no âmbito orçamental.