O SC Braga estava avisado para os perigos que poderia correr nesta deslocação a Matosinhos e sabia que tinha de jogar nos limites para evitar uma tempestade no Mar. O recinto leixonense estava, como se esperava, revolto – é sobejamente conhecida a intensa paixão dos adeptos do emblema nortenho -, mas o conjunto minhoto aviou-se em terra e evitou mergulhar em zonas onde poderia ficar sem pé.

E mesmo estando bem munido para uma boa pescaria, o SC Braga aproveitou um isco emprestado para um lançamento certeiro: remate de Bruma desviado por Hugo Basto e Stefanovic batido pela primeira vez. Os guerreiros do Minho estavam na frente logo aos 12 minutos.

O golo deu, claro está, mais tranquilidade aos comandados de Carvalhal e a partir daí percebeu-se que a formação de Fangueiro teria mais dificuldades para subir… ao Bom Jesus. A tarefa era hercúlea, mas nem isso retirou ponta de abnegação aos da casa, que demonstraram até final - e mesmo já depois de ficarem reduzidos a 10 elementos – que a garra e a entrega fazem (mesmo) parte do ADN das gentes de Matosinhos. Faltou, porventura, maior clarividência ao Leixões no ataque ao último terço.

Mas se isso não aconteceu, também em muito se deve ao excelente desempenho coletivo dos bracarenses. Não que tenham feito uma exibição de encher o olho (longe disso), mas porque foram maduros e responsáveis o suficiente para controlarem todos os momentos do jogo. E a vantagem ainda podia ser maior ao intervalo, não fosse o gigante Stefanovic… e um golo mal anulado a El Ouazzani, que estava em jogo quando cabeceou com êxito (40’).

A intensidade manteve-se na etapa complementar, mas as oportunidades de golo diminuíram. E num lance tudo se esfumou definitivamente para os bebés do Mar: Rafael Santos fez falta à entrada da área, foi expulso por acumulação de amarelos, e do livre resultou o segundo golo de Bruma.

Um golaço do internacional português, que colocou a bola no ângulo superior esquerdo da baliza contrária. Estava contada a história de um jogo… de históricos.