A presença de Ruben Amorim em Inglaterra entusiasma os adeptos do Manchester United, mas não só. A imprensa ouve comentadores, avança com potenciais contratações e saídas do plantel em janeiro, estuda ao pormenor o possível onze de amanhã com o Ipswich e até analisa a linguagem corporal do treinador português.
O 'Daily Mail' falou com uma especialista em linguagem corporal, que esteve muito atenta à primeira conferência de imprensa de Amorim nos red devils, e já tem conclusões.
"O Amorim cria uma visão muito atraente", contou Judi James ao jornal inglês. "A imagem que projeta é de carisma, bom humor, diversão e entusiasmo. A linguagem corporal é altamente cotada em termos de traços de simpatia."
E prossegue: "Tem um sorriso com o olhar atraente, que se transforma em escuta ativa, semelhante a um laser, quando lhe fazerem perguntas. O sorriso na boca é igualmente atraente. Com o queixo para baixo, parece feliz e descomplicado, o homem certo para inspirar um clube conturbado. O sorriso é contagiante. Ele deveria fazer a equipa sorrir novamente antes mesmo de abrir a boca... Além disso, não tem o aspeto assombrado de outros treinadores e parece confortável, até ansioso, por comunicar, em vez de cauteloso e relutante".
A especialista aponta outros aspetos: "Mas tenho de frisar que se o Amorim estivesse numa entrevista de emprego, a sua linguagem corporal poderia ser um sinal de alerta. Os gestos são frequentes e incongruentes, contrastando com a mensagem verbal, criando a impressão de se questionar a si próprio."
"Quando ouve, usa um sorriso envolvente e a boca abre-se ligeiramente para sugerir perspicácia. Mas enquanto se prepara para responder, vira a cabeça para o lado e também o olhar. Isto pode estar relacionado com problemas de tradução. Pode estar a desviar o olhar para se concentrar no inglês. Mas parece evasivo", continua.
Depois, juntou o discurso aos gestos do treinador português: "Quando lhe perguntam o que o faz acreditar que é a pessoa certa para melhorar as coisas no United, começa a coçar o pulso num ato de distração, desviando o olhar para dizer 'eu acredito em mim'. E depois contorce as mãos, estalando os nós dos dedos entrelaçando-os, numa demonstração do que parece ser ansiedade interior e esfregando os polegares nos dedos, num ritual de autoconforto."
E sobre os jogadores? "As suas palavras soam encorajadoras e tranquilizadoras. 'Acredito realmente nos jogadores' é a resposta verbal. Mas os sinais não-verbais sugerem que ele não ainda deveriam estar a sentir-se muito aliviados."
Depois, explica porquê: "A boca sobe no lado direito, numa careta, e essa careta repete-se quando lhe perguntam quais foram as suas primeiras impressões sobre a equipa. Há um encolher de ombros e quando acrescenta 'há espaço para melhorar', estala novamente os nós dos dedos, num ritual que sugere que pode ser mais exigente e firme do que parece. As suas gaguezes verbais aumentam quando diz 'realmente acredito que vamos ter sucesso'."
Resumindo e concluindo: "No geral, parece um homem em cuja equipa se gostaria de estar. Mas os seus traços mais subtis de linguagem corporal sugerem que pode haver algum 'coçar de cabeça' quando chegas à sua equipa..."
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Do olhar ao sorriso, do queixo aos sinais de alerta: especialista em linguagem corporal 'lê' Amorim e conta tudo
Judi James analisou também o discurso do treinador, particularmente sobre a equipa e os jogadores