A direção do Vitória de Guimarães voltou a reagir às declarações de André André, ex-capitão do clube, que criticou publicamente a forma como foi conduzida a sua saída no final da última época. O jogador, agora no Leixões, acusou o presidente vitoriano, António Miguel Cardoso, de falta de caráter, afirmando que foi informado por mensagem, a quatro jogos do fim do campeonato, que o clube queria que terminasse a carreira.
«Acho que a maneira como eu saí não foi a mais correta. A quatro jogos do fim, mandam-me uma mensagem a dizer que querem que acabe a carreira. Acho que isso demonstra a personalidade e o caráter ou, neste caso, a falta dele do presidente do Vitória de Guimarães», referiu André André, em entrevista ao ZeroZero, sublinhando que a mágoa é exclusivamente com o presidente e não com o clube ou os adeptos.
Perante estas declarações, António Miguel Cardoso respondeu de imediato ao Grupo Santiago, defendendo a posição do clube: «Muito do que define o caráter é a capacidade de aceitarmos as opções feitas por quem foi legitimado para tal». O presidente explicou que, no início da época 2023/24, comunicou a André André que, caso não fizesse parte do projeto desportivo seguinte, seria apresentada uma proposta para integrar a estrutura do futebol profissional do clube.
«Durante a temporada, e após avaliação interna, foi decidido que não iríamos propor a renovação do contrato como atleta profissional. O André foi avisado atempadamente e de forma conclusiva por mim. Admito que, caso tivesse cedido ou feito aquilo em que não acreditava, o meu caráter se mantivesse intacto para o André André, mas para mim caráter coincide com capacidade de aceitação e integridade perante uma adversidade», reforçou o dirigente.
Agora, em informações obtidas por A BOLA, elementos da direção do emblema de Guimarães detalharam que o processo envolveu várias reuniões presenciais ao longo da época passada, nas quais o médio português de 35 anos foi informado de que a sua continuidade no plantel seria avaliada. Além disso, foi-lhe oferecida uma posição na estrutura do clube, que terá recusado após o final da temporada.
A direção garante ainda que o processo foi conduzido com «transparência», reconhecendo o contributo de André André para a história do clube, mas considera «injustas e surpreendentes» as acusações feitas pelo jogador.