Centenas de pessoas reuniram-se em Selma, no estado norte-americano do Alabama, no domingo para assinalar os 60 anos do 'Domingo Sangrento', dia em que a polícia reprimiu violentamente uma marcha pacífica pelos direitos civis dos negros.

Em 7 de março de 1965, cerca de 600 pessoas partiram a pé de Selma rumo a Montgomery, situada a cerca de 85 quilómetros de distância, mas o grupo foi bloqueado numa ponte sobre o rio Alabama e atacado violentamente pela polícia.

"À medida que os manifestantes continuavam a avançar, os polícias (...) atacaram-nos com bastões e chicotes e depois lançaram gás lacrimogéneo", noticiou na altura a Agência France Presse (AFP).

Dezassete pessoas foram hospitalizadas e outras dezenas ficaram feridas, incluindo o histórico congressista e defensor dos direitos civis John Lewis, que morreu em 2020.

A 7 de março de 1965, cerca de 600 pessoas partiram a pé de Selma rumo a Montgomery, mas o grupo foi bloqueado numa ponte sobre o rio Alabama e atacado pela polícia.
A 7 de março de 1965, cerca de 600 pessoas partiram a pé de Selma rumo a Montgomery, mas o grupo foi bloqueado numa ponte sobre o rio Alabama e atacado pela polícia. unknown

Esta marcha fez parte da luta pelos direitos civis dos afro-americanos, que levou, cinco meses depois, à aprovação da Lei do Direito ao Voto, norma histórica que proibiu práticas discriminatórias no direito de voto dos afro-americanos.

Godfrey King, residente em Selma, recordou no domingo à AFP que o seu pai "foi atirado para a prisão por exigir o direito de voto".

"Estamos aqui para lembrar as pessoas que todos têm o direito de usufruir dos seus direitos civis e humanos. E não devemos dar nenhum passo atrás, devemos seguir em frente", referiu Alicia Jordan, uma funcionária bancária de 32 anos.