O ministro da Defesa de Israel anunciou esta terça-feira que o país "retomou os combates" na Faixa de Gaza até que todos os reféns ainda retidos pelo movimento islamita palestiniano Hamas sejam libertados.

Num comunicado, o ministro Israel Katz disse que "as portas do inferno se abrirão em Gaza" se os reféns não forem libertados. "Não pararemos de lutar até que todos os nossos reféns estejam em casa e tenhamos alcançado todos os objetivos da guerra", acrescentou.

Israel disse que estava a atacar alvos da liderança civil e militar do Hamas, no maior ataque contra o território desde que um cessar-fogo entrou em vigor, em janeiro.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que ordenou os ataques devido à falta de progressos nas negociações em curso para prolongar o cessar-fogo. "Isto aconteceu depois de o Hamas se ter recusado repetidamente a libertar os nossos reféns e ter rejeitado todas as ofertas que recebeu do enviado presidencial dos EUA, Steve Witkoff, e dos mediadores", afirmou o gabinete de Netanyahu.

"Atualmente, as IDF [sigla em inglês das Forças de Defesa de Israel] estão a atacar alvos da organização terrorista Hamas em toda a Faixa de Gaza para atingir os objetivos da guerra, tal como determinado pela liderança política, incluindo a libertação de todos os nossos reféns, vivos e mortos", referiu o comunicado.

"A partir de agora, Israel vai agir contra o Hamas com uma força militar cada vez maior", acrescentou o comunicado, acrescentando que o "plano operacional" para regressar à guerra "foi apresentado no último fim de semana pelas IDF e aprovado pela liderança política".

Taher Nunu, um dirigente do Hamas, criticou os ataques israelitas. "A comunidade internacional enfrenta um teste moral: ou permite o regresso dos crimes cometidos pelo exército de ocupação ou impõe o compromisso de pôr fim à agressão e à guerra contra pessoas inocentes em Gaza".

Pelo menos 205 pessoas morreram hoje devido a ataques do exército israelita contra a Faixa de Gaza, disseram fontes do Governo do enclave, citados por meios de comunicação da Palestina.

Mais de 300 mortos logo nas primeiras horas

De acordo com a Al Jazeera registam-se já mais de 300 mortes, mais de 112 foram registadas no sul da Faixa de Gaza.

Num balanço inicial, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, tinha apontado a morte de pelo menos 44 pessoas.

Dezenas de pessoas foram mortas em ataques na cidade de Khan Yunis, incluindo membros de duas famílias que estavam nas suas casas quando foram bombardeadas pelo exército israelita.

Além dos ataques aéreos, foram também registados disparos de tanques na mesma cidade, no sul da Faixa de Gaza, indica a mesma fonte.

Outras áreas visadas pelas tropas israelitas incluem o sul e o leste de Rafah, referiu a Sanad, bem como a Cidade de Gaza, a norte.

As vítimas dos ataques estão a chegar ao Hospital Al Shifa (norte) e ao hospitais Nasser e Europeu (sul), de acordo com imagens distribuídas pelos meios de comunicação palestinianos, que mostram crianças e bebés entre os mortos.

Relatos dos meios de comunicação palestinianos mencionam o vice-diretor do Ministério do Interior do Hamas, Mahmoud Abu Watfa, como uma das vítimas mortais.