Em 1945, o mundo entrou na era atómica. Com o seu papel de “Pai da Bomba Atómica” consolidado, Julius Robert Oppenheimer estava cada vez mais preocupado com o potencial perigo que estes avanços científicos poderiam representar para a humanidade.

“Oppenheimer foi uma das principais vozes na defesa do controlo do armamento. Ele sabia que o Juízo Final nuclear poderia estar iminente se houvesse uma grande corrida ao armamento nuclear", diz o historiador Guy Walters.

Nascido em 1904 em Nova Iorque, Oppenheimer cresceu numa família culta e destacou-se academicamente. Durante a Segunda Guerra Mundial, liderou o Projeto Manhattan, responsável pelo desenvolvimento da bomba atómica.

Apesar das suas conquistas científicas, a reação de Oppenheimer aos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasakifoi ambígua, sentindo tanto orgulho quanto imensa culpa.

"Como será ter passado a vida a trabalhar em algo, ter alcançado um sucesso além do imaginável, e depois ver que as consequências disso podem mudar vidas, e se não, destruir a vida de todos no planeta?”, reflete o jornalista e historiador Alex Larman.

O próprio Oppenheimer refletiu sobre a magnitude de sua criação:

“Lembrei do texto hindu, o Bhagavad Gita. Está a tentar persuadir o príncipe a cumprir o seu dever e, para impressioná-lo, assume a forma com múltiplos braços e diz: ‘Agora tornei-me a morte, destruidora de mundos'".

Após a guerra, Oppenheimer tornou-se um ativo defensor do controlo de armas, temendo o impacto catastrófico das armas nucleares. As suas inclinações políticas e associações com causas de esquerda suscitaram escrutínio durante a era McCarthy, resultando na revogação da sua autorização de segurança em 1954.

O legado de Oppenheimer é marcado pelos seus contributos para a ciência e pela sua complexa posição moral em relação às armas nucleares. A sua história, recentemente retratada num filme de Christopher Nolan, continua a ter um impacto significativo no mundo atual, onde a ameaça de um conflito nuclear permanece sempre presente.