A manifestação do Chega contra o que qualificam de imigração descontrolada e insegurança nas ruas, que juntou neste sábado centenas de pessoas no Porto, contou com André Ventura, que alertou que a imigração cresceu 95% em Portugal nos dois últimos anos. O líder do Chega, André Ventura, subiu ao palco montado nos Aliados pelas 17:10, tendo sido aplaudido por centenas de manifestantes com bandeiras de Portugal. "Portugal é nosso! Portugal é nosso" foi declarado por Ventura dezenas de vezes e repetido pelos manifestantes em coro.

O líder do Chega classificou a tarde de hoje no Porto como uma "tarde incrível de novembro". "Esta tarde ficará na história, porque nesta cidade invicta, nós vamos ser invencíveis. Nós vamos vencer", declarou. Ventura referiu-se à insegurança que diz existir no Porto, dizendo que falou com homens e mulheres sobre a insegurança efetiva na cidade.

O deputado disse que falou especialmente com mulheres "com medo de serem perseguidas ou atacadas, com medo de andarem pelo país, onde deviam sentir-se seguras". "Eles querem-nos vencer dizendo que quem fala de imigração vai parar à prisão", disse, acrescentando que "quem vai parar à prisão é o ladrão". "Ameaçam-nos com prisão, mas nós vamos sair à rua e vamos lutar pelos vossos filhos e pelos vossos netos", prometeu, afirmando que nunca vai sair de Portugal e que vai lutar pelo país.

André Ventura disse que a imigração aumentou em Portugal 95% nos dois últimos anos. "Nas nossas cadeias 30% dos que foram detidos são estrangeiros, e 20% dos que estão presos são estrangeiros", declarou, enquanto os manifestantes assobiaram e criticaram.

Ventura diz que só há dois caminhos: ser outra França ou outra Bélgica, ou então controlar as fronteiras. E criticou ainda os políticos no parlamento, que estão a discutir os aumentos de salários em vez de discutirem "o controlo da imigração".

A manifestação do Chega coincidiu com uma outra, do Campo 24 de Agosto para a Praça da Batalha, convocada por mais de 20 organizações a favor dos direitos dos imigrantes, antirracistas e antifascistas que, segundo disse à Lusa uma fonte da PSP, juntou cerca de 700 pessoas.

À chegada, em declarações aos jornalistas, André Ventura alegou que seriam "poucas dezenas de pessoas" os participantes na outra manifestação, enquanto a organização do Chega estimou em 900 o número de manifestantes na praça do Marquês de Pombal.