O mais recente documentário da National Geographic, em parceria com a produtora Atlantic Productions, intitulado "Titanic: A Ressurreição Digital", revela novas informações sobre o trágico naufrágio que vitimou cerca de 1.500 pessoas em 1912. Durante a investigação, foi realizada uma análise detalhada de uma réplica 3D em tamanho real do navio.

De acordo com a BBC, mais de 700.000 imagens, captadas de vários ângulos, permitiram criar aquele que é o primeiro 'gémeo digital' do Titanic. Os dados foram recolhidos por dois submersíveis - Romeu e Julieta - durante uma expedição de seis semanas ao local do naufrágio no Atlântico Norte, a 3.800 metros de profundidade, no verão de 2022.

“É como uma cena de crime: é preciso ver quais são as provas e em que contexto se encontram. Ter uma visão completa da totalidade do local do naufrágio é fundamental para compreender o que aconteceu aqui”, refere Parks Stephenson, analista do Titanic, citado pela BBC.

As últimas horas do Titanic

Na noite de 14 de abril de 1912, o RMS Titanic chocou contra um iceberg durante a sua viagem inaugural. O navio, que tinha como destino final a cidade de Nova Iorque, acabou por naufragar na madrugada seguinte.

Mais de um século depois, graças a esta investigação, é possível saber o que aconteceu naquelas últimas horas. A digitalização da réplica do verdadeiro Titanic mostra a violência com que a embarcação de 269 metros de comprimento se partiu ao meio após o embate.

Com base numa análise detalhada à sala das caldeiras, foi possível confirmar os relatos de várias testemunhas, de que os engenheiros trabalharam até ao último instante para manter as luzes do navio acesas.

A mesma investigação revelou ainda a existência de perfurações no casco da embarcação, equivalentes a uma folha de papel A4, que terão levado ao seu naufrágio.

Quando foi construído o Titanic tinha fama de ser um navio "inafundável", mas a sua primeira e única viagem mostrou o contrário.

“O problema é que esses pequenos buracos estão distribuídos ao longo de uma grande extensão do navio, por isso, a água vai entrando lentamente, mas de forma contínua, por todos esses pontos, até que os compartimentos acabam por ser inundados por cima e o Titanic afunda-se”, explica Simon Benson, professor de arquitetura naval na Universidade de Newcastle, citado pela BBC.

O documentário "Titanic: A Ressurreição Digital" estreia esta sexta-feira, 11 de abril, no National Geographic dos Estados Unidos. A partir do dia seguinte, estará disponível na plataforma de streaming Disney+.

A expedição que (também) acabou em tragédia

Em junho de 2023, o mundo parou à espera de saber o que tinha acontecido aos cinco ocupantes do Titan, que desapareceu numa expedição ao naufrágio do Titanic.

A bordo seguiam um empresário paquistanês e o filho, um bilionário britânico, o “Sr. Titanic” e ainda o dono e fundador da OceanGate Expeditions, que não sobreviveram à "implosão catastrófica” do submarino.

Em fevereiro deste ano, mais de um ano e meio depois da tragédia, foi divulgado um áudio do momento da implosão.