Têm 21 e 23 anos os detidos na operação da Polícia Judiciária (PJ), em Loures, relacionada com o ataque a um motorista de autocarro em Santo António dos Cavaleiros, que ficou gravemente ferido. A vítima diz estar aliviada com as detenções e relata alguns momentos vividos na madrugada em que foi atacada.

Foram detidas três pessoas, que vão ser ouvidas esta quinta-feira, às 14:00, no Tribunal de Loures.

Os suspeitos são alegadamente os responsáveis pelo incêndio e ataque direto contra um autocarro em Santo António dos Cavaleiros, em Loures, durante a onda de tumultos na Área Metropolitana de Lisboa pela morte de Odair Moniz, baleado por um agente da PSP no Bairro da Cova da Moura, na Amadora, há cerca de um mês.

Em causa está o crime de homicídio na forma tentada.

Em declarações ao Diário de Notícias, o motorista atacado, Tiago Cacais, diz estar aliviado, depois de saber que os suspeitos foram detidos. O motorista afirma que os responsáveis vão ter de pagar pelo que fizeram na madrugada de 24 de outubro, e espera, por isso, uma indemnização.

Tiago Cacais, de 42 anos, relata ao DN que lhe apontaram uma arma à cabeça e queimaram-no.

A vítima esteve nos cuidados intensivos em coma e admite que teve medo de morrer. Ficou com queimaduras de segundo e terceiro grau provocadas por cocktails molotov, e, apesar de ainda estar a recuperar, Tiago faz questão de voltar ao trabalho.