
"Na sexta-feira, dia 21 de março, a aldeia de Fonbita, na comuna rural de Kokorou, foi alvo de um ataque bárbaro dos terroristas do EIS (Estado Islâmico no Sahara), que tiveram como alvo uma mesquita", segundo a mesma fonte.
A agência noticiosa informou que "44 pessoas foram martirizadas, todas civis, e 13 ficaram feridas, 4 das quais gravemente", e decretou um período de luto nacional de 72 horas a partir de sábado.
O Níger, país do Sahel governado por um regime militar, enfrenta regularmente ataques de grupos jihadistas ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico no sudoeste e do Boko Haram e do seu ramo dissidente Iswap no sudeste.
"Por volta das 14h00, enquanto os fiéis muçulmanos faziam as orações de sexta-feira, estes terroristas fortemente armados cercaram a mesquita para levar a cabo o seu massacre de rara crueldade", refere o comunicado do Ministério do Interior.
Acrescentou ainda que os atacantes também "incendiaram o mercado e as casas enquanto se retiravam".
"O número provisório de mortos é de 44 mártires, todos civis, e de 13 feridos, 4 dos quais com gravidade", declarou.
O ministério anunciou um período de luto nacional de 72 horas, de sábado a segunda-feira.
"Estes crimes hediondos não ficarão impunes e os seus autores, coautores, patrocinadores e cúmplices serão perseguidos e processados perante os tribunais competentes para responderem pelos seus crimes", declarou.
Fonbita situa-se na chamada zona das "três fronteiras", nas fronteiras do Níger, Mali e Burkina Faso, uma área que se tornou um esconderijo para jihadistas filiados no Estado Islâmico e na Al-Qaeda.
Os combates opõem frequentemente as tropas nigerianas da Operação Niya aos jihadistas. Os civis também são frequentemente visados.
O Níger é governado por um regime militar que tomou o poder num putsch em julho de 2023, prometendo, nomeadamente, combater a insegurança.
Mas os ataques continuam desde julho de 2023, em que pelo menos 2.400 pessoas foram mortas no país, segundo a ONG Acled, que regista as vítimas de conflitos em todo o mundo.
Este novo ataque surge depois de na terça-feira a Amnistia Internacional (AI) ter acusado o Governo nigerino de não cumprir o seu compromisso de respeitar os direitos humanos e proteger as liberdades civis.
O relatório "Níger: Ameaçados e reprimidos: direitos humanos e espaço cívico sob pressão desde o golpe de 26 de julho" da AI divulgou a "deterioração do espaço cívico e as violações dos direitos civis e políticos desde o derrube do Presidente Mohamed Bazoum", explicou a organização em comunicado.
A AI documentou violações dos direitos humanos, incluindo detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados, abusos dos direitos dos detidos e violações do direito a um julgamento justo e da liberdade de imprensa.
TAB (NYC) // RBF
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