Mohamed Nour al-Din Shalhoum era responsável pelas câmaras de vigilância da prisão de Sednaya, a norte de Damasco, disse a mesma fonte, que pediu para não ser identificada, à agência noticiosa oficial SANA.
Foi detido em Homs, no centro da Síria, "durante as operações de rastreio" lançadas nos últimos dias na cidade, precisou a fonte.
O detido "esteve envolvido na desativação das câmaras da prisão antes de o Comando de Operações Militares ter tomado o controlo da área", acrescentou, segundo a agência espanhola EFE.
A prisão militar de Sednaya, onde a Amnistia Internacional calcula que entre 10.000 e 20.000 reclusos eram sistematicamente submetidos a torturas e maus-tratos, era gerida pela polícia militar do regime deposto.
Sednaya era o destino final tanto dos opositores pacíficos das autoridades como dos militares suspeitos de se oporem a Assad desde 2011, no início da guerra civil no país.
A mesma fonte do Ministério do Interior disse à SANA que um criminoso identificado como Saher al-Nadaf foi também detido em Homs.
"É um dos comandantes de campo que cometeram crimes contra o povo sírio e participou em muitos massacres em toda a Síria", afirmou.
"Nadaf é considerado um dos remanescentes das milícias que se recusaram a entregar as armas e recorreram a esconder-se entre os civis", disse a fonte.
As unidades de segurança do Comando de Operações Militares lançaram uma operação há dois dias em Homs para procurar antigos membros do regime de Assad que se recusaram a entregar as armas e a se registarem nos chamados "centros de reconciliação".
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido, mas com uma vasta rede de informadores no terreno, anunciou também a detenção do chefe de uma milícia local na província de Deir al-Zur (leste), identificado como Hasan al-Ghadbhban.
"É acusado de se apoderar dos bens de civis deslocados na região, para além do seu papel no reforço da influência das milícias iranianas na província de Deir al-Zur", disse o OSDH.
"Também é considerado um dos mais proeminentes traficantes de drogas da região, acusado de cometer inúmeros assassinatos de civis e opositores da influência das milícias iranianas", acrescentou a organização não-governamental.
O tráfico de droga foi um dos motores económicos do regime nos últimos anos e uma das principais preocupações dos países da região do Médio Oriente.
Uma ofensiva rebelde lançada em 27 de novembro pôs fim ao regime de Bashar al-Assad em 08 de dezembro, dia da tomada de Damasco, a capital da Síria.
Assad refugiou-se na Rússia, que lhe concedeu asilo político.
A Rússia e o Irão eram os principais apoiantes do regime de Assad.
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