O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou este domingo a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance norte-americanos contra a Rússia.

Joe Biden levantou as restrições que impediam a Ucrânia de usar as armas norte-americanas. Desta forma, a Ucrânia passa a poder atacar com mísseis tanto as tropas russas como o interior do território russo.

Era um pedido do Governo de Zelensky, agora concretizado.

A decisão é tomada por Joe Biden nos últimos dois meses de mandato e pode beneficiar muito a Ucrânia nesta guerra. Ainda assim, a poderá ser invertida por Donald Trump quando assumir a Presidência dos Estados Unidos.

"Os mísseis falarão por si"

Volodymyr Zelensky recusa confirmar esta autorização, dizendo que "este tipo de coisas não devem ser anunciadas e que os mísseis falarão por si".

De acordo com a agência de notícias Reuters, a Ucrânia poderá avançar com a primeira série de ataques com mísseis nos próximos dias.

Conhecidos como sistemas de mísseis táticos do Exército, podem ser já usados na região russa de Kursk, atualmente ocupada pelas tropas de Kiev.

Os mísseis de longo alcance serão provavelmente usados em resposta à decisão da Coreia do Norte de enviar milhares de militares para a Rússia.

A autorização coincide com o maior ataque russo dos últimos três meses e que teve como alvo a rede energética ucraniana.

Britânicos e franceses também autorizam

De acordo com o jornal francês Le Figaro, também os governos francês e britânico autorizaram a Ucrânia a utilizar os seus mísseis SCALP/Storm Shadow.

Reações internacionais

Sem referir a decisão dos Estados Unidos, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Van der Leyen, citada pela agência Agencia France Presse, condena os "ataques horríveis da Rússia e diz que a Ucrânia pode contar com a Europa.

Também o secretário-geral da ONU, António Guterres, considera os ataques russos contra infraestruturas civis ucranianas "inaceitáveis".

"Os ataques que visam civis e instalações civis são proibidos pelo direito humanitário internacional. Esses ataques são inaceitáveis e devem cessar imediatamente", declarou Guterres num comunicado do seu porta-voz.

A rede energética da Ucrânia, já muito frágil, teve de enfrentar hoje um dos mais significativos ataques russos dos últimos meses, uma ofensiva que causou nove mortos e cerca de 20 feridos em todo o país, segundo as autoridades.