O Partido dos Trabalhadores (PT), do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, venceu apenas em uma das quatro capitais regionais em que tinha candidato próprio na segunda volta nas eleições municipais, realizadas este domingo.

A vitória aconteceu em Fortaleza, capital regional do Ceará, onde o candidato petista Evandro Leitão disputou o comando da cidade contra o deputado federal bolsonarista André Fernandes, na segunda volta das municipais.

A vitória foi garantida numa disputa muito renhida, decidida por uma diferença mínima de 10.838 votos a favor de Leitão, que obteve 50,38% contra 49,62% de Fernandes.

O PT foi derrotado por partidos de direita e extrema-direita nas disputas nas cidades de Porto Alegre, capital regional do Rio Grande do Sul, que reelegeu o atual prefeito Sebastião Melo, do Movimento Democrático Brasileiro, e na cidade de Natal, capital regional do Rio Grande do Norte, onde a deputada federal petista Natália Bonavides obteve 44,66% dos votos e perdeu para Paulinho Freire, do partido de centro direita União Brasil, que alcançou 55,34%.

A outra cidade em que o partido de Lula da Silva acabou derrotado foi Cuiabá, capital regional do Mato Grosso, onde o deputado federal bolsonarista Abilio Brunini, do Partido Liberal (PL), venceu com 53,80% dos votos a disputa contra o deputado estadual petista Lúdio Cabral, que conseguiu 46,20%.

Prefeitos de seis capitais regionais reeleitos na segunda volta das municipais no Brasil

Os prefeitos de seis capitais regionais brasileiras, Belo Horizonte, Porto Alegre, Manaus, Campo Grande, João Pessoa e São Paulo venceram a segunda volta das eleições municipais disputadas em 51 cidades do país, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em Belo Horizonte, capital regional de Minas Gerais, o prefeito Fuad Noman, do Partido Social Democrático (PSD), obteve a reeleição com 53,73% dos votos contra o deputado estadual bolsonarista Bruno Engler do Partido Liberal (PL), com 46,27%.

Sebastião Melo, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), de centro-direita, obteve 61,53% dos votos em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, que foi duramente atingida por enchentes entre abril e maio. Sebastião Melo obteve uma ampla vantagem sobre a deputada Maria do Rosário Nunes, candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula da Silva, que ficou com 38,47% dos votos.

Na capital do estado do Amazonas, Manaus, o atual prefeito David Almeida, do partido de direita Avante, derrotou o capitão Alberto Nunes do PL, com 54,59% dos votos, contra 45,41% do adversário.

Em Campo Grande, capital regional do Mato Grosso do Sul, a vitória ficou com a prefeita Adriane Lopes, do Progressistas, que obteve 51,45% dos votos. A sua adversária Rose Modesto, candidata do União Brasil, conquistou 48,55% do eleitorado.

Cícero Lucena, prefeito e candidato do Progressistas na cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, foi reeleito com 63,91% dos votos, numa disputa contra o adversário bolsonarista do PL Marcelo Queiroga (36,09%).

Na maior cidade do Brasil, São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes, do MDB, foi reeleito com 59,35% dos votos numa disputa contra o candidato do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), Guilherme Boulos, que totalizou 40,65% dos votos.

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Nunes recebeu mais de 3,3 milhões de votos, número que lhe garantiu mais quatro anos de governação. São Paulo tem mais de 9,3 milhões de eleitores aptos a votar.

Governador de São Paulo diz que elementos do Primeiro Comando da Capital ordenaram voto em Boulos

Nunes foi apoiado por uma coligação formada por dez siglas de direita e centro-direita: o Partido Progressista (PP), Partido Liberal (PL), Republicano, Solidariedade, Podemos (PODE), Avante, Partido Renovação Democrática (PRD), Mobilização Nacional (Mobiliza) e o União Brasil.

Além dos partidos aliados, contou com o apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e recebeu um apoio discreto do ex-Presidente Jair Bolsonaro, que disse que Nunes não era o 'candidato dos sonhos', mas indicou o vice-prefeito eleito, o coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo Ricardo de Mello Araújo.

Freitas causou polémica ao declarar, numa conferência de imprensa, ao lado de Nunes, na sede do governo regional 'paulista', que a polícia local teria intercetado mensagens atribuídas a elementos do Primeiro Comando da Capital (PCC), maior grupo criminoso do país, em setembro passado, alegadamente a ordenar o voto em Guilherme Boulos, candidato PSOL, que foi derrotado por Nunes.

O Tribunal Regional Eleitoral afirmou que não recebeu nenhum relatório dos serviços de segurança, nem informação oficial sobre esse caso específico.

Ao contrário de Portugal, que adota um sistema de lista fechada, a escolha dos prefeitos no Brasil é feita a partir de um sistema de lista aberta no qual as vagas são conquistadas diretamente pelo candidato mais votado.

A lei eleitoral brasileira prevê votações em duas voltas nas cidades com mais de 200 mil eleitores onde o candidato mais votado não conseguiu superar a metade dos votos válidos (cálculo que exclui votos em branco e nulos).

O Brasil realizou hoje a segunda volta das eleições municipais em 51 cidades, entre as quais 15 são capitais regionais, incluindo a maior cidade do país, São Paulo, onde o candidato apoiado pelo PT, Guilherme Boulos, do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), acabou derrotado pelo prefeito reeleito Ricardo Nunes, do partido de centro direita Movimento Democrático Brasileiro (MDB).