
A Comissão Europeia anunciou hoje estar a mobilizar 910 milhões de euros do Fundo Europeu de Defesa para reforçar a indústria da União Europeia (UE) em investimentos pan-europeus de defesa também abertos à Ucrânia.
Em comunicado, o executivo comunitário disse querer "criar uma indústria de defesa forte e inovadora na Europa" e cobrir áreas em que ainda falta capacidade.
"Estes investimentos visam colmatar as principais lacunas de capacidade - como a mobilidade das forças e a defesa contra drones - através da inovação e da colaboração entre a ciência e a indústria europeias", elencou a instituição.
Do montante, 539 milhões de euros destinam-se à capacidade de colaboração e projetos de desenvolvimento e 369 milhões de euros à defesa em colaboração e investigação para enfrentar ameaças emergentes.
Mais de 35 projetos foram escolhidos abrangendo defesa aérea e de mísseis, sistemas de artilharia, munições e mísseis, mobilidade militar, inteligência artificial, quântica, cibernética e eletrónica.
Até quatro projetos portugueses estão entre os escolhidos, divulgou a Comissão, sem dar o número exato.
Além disso, "e pela primeira vez, as indústrias de defesa ucranianas podem ser associadas a projetos do FED", adianta Bruxelas, apontando que a cooperação reforçada entre as indústrias de defesa ucraniana e europeia se baseia nos esforços para promover laços mais estreitos e integrar ainda mais a Ucrânia na base industrial de defesa europeia, reforçando os objetivos comuns de segurança e inovação.
Citado na nota, o comissário europeu da Defesa, Andrius Kubilius, apontou que "as propostas selecionadas apoiam o desenvolvimento de capacidades críticas, como os sistemas de defesa aérea e antimísseis e os veículos aéreos não tripulados, que permitirão às forças armadas europeias responder às ameaças emergentes e proteger os nossos cidadãos, quer seja através do reforço da nossa defesa coletiva ou do apoio aos nossos parceiros, como a Ucrânia, nos seus esforços para se defenderem contra a agressão estrangeira".
Em causa está um concurso à apresentação de propostas para financiamento do FED, que, de acordo com o executivo comunitário, "registou um interesse sem precedentes por parte da indústria de defesa e dos organismos de investigação da UE", num número recorde de 299 propostas de 625 entidades jurídicas de 25 Estados-membros da UE ou da Noruega.
Com um orçamento de 7,3 mil milhões de euros para 2021-2027, o FED é o principal instrumento da UE para apoiar a cooperação em matéria de inovação no domínio da defesa, ao promover a colaboração entre empresas de todas as dimensões e instituições de investigação em toda a UE e na Noruega.