A Honda e a Nissan anunciaram esta segunda-feira que vão desenvolver negociações com vista a uma fusão que deverá acontecer em 2026.

A fusão entre a segunda e o terceiro maiores construtoras automóveis japonesas, deverá resultar na terceira maior fabricante de automóveis do mundo, apesar de Carlos Ghosn, ex-CEO da Nissan, não acreditar que a fusão entre as duas empresas nipónicas possa avançar, considerando que esta “é uma jogada desesperada”, por parte da Nissan.

Ghosn emdeclarações à “Bloomberg” destacou a falta de complementaridade entre as duas marcas nipónicas e sugeriu que o governo japonês poderia estar a influenciar as negociações devido às dificuldades financeiras da Nissan.

Para o ex-CEO, do ponto de vista da indústria, há “duplicação em todo o lado, elas têm os mesmos produtos. As marcas são muito, muito semelhantes” . Para Ghosn “Se esta fusão for concretizada, pessoalmente, não creio que venha a terá sucesso”, acrescentou o ex-CEO que liderou a aliança entre Nissan e Renault durante anos.

Recorde-se que Carlos Ghosn deixou a Nissan na sequência de um escândalo que incluiu acusações de ocultação de receitas e utilização de recursos da empresa para ganho pessoal, estando hoje a residir no Líbano, depois de ter fugido do Japão, onde esteve detido, em dezembro de 2019.