O alojamento turístico na Região Autónoma da Madeira em fevereiro registou "a entrada de 152,1 mil hóspedes, os quais geraram 826,1 mil dormidas, traduzindo variações homólogas positivas de 2,6% e de 5,0%, respectivamente", sendo que "o segmento da hotelaria concentrou 69,9% das dormidas (577,4 mil), observando um aumento de 1,9% em termos homólogos, enquanto o alojamento local (27,9% do total) e o turismo no espaço rural (2,2% do total) aumentaram 14,0% e 1,3%, pela mesma ordem", informa hoje a DREM. Ainda de acordo com dados do INE, o Carnaval que este ano se celebrou praticamente em Março (26 de fevereiro a 9 de Março) influenciou negativamente, mas pouco, as dormidas neste mês de Fevereiro, que se mantiveram em alta, batendo novo recorde.

"Para efeitos de comparabilidade com os dados divulgados pelo INE, é necessário excluir o alojamento local com menos de 10 camas, sendo que, segundo esta lógica de apuramento de resultados, as dormidas do alojamento turístico registaram um acréscimo homólogo de 1,4%, variação contrária à verificada a nível nacional (-2,5%)", realça. "É de notar que os resultados de Fevereiro foram influenciados pela estrutura móvel do calendário, ou seja, por um lado, pelo efeito do período de férias associado ao Carnaval, que este ano ocorreu em Março, enquanto no ano anterior se concentrou em Fevereiro. Por outro lado, o mês de Fevereiro deste ano teve menos 1 dia do que o do ano anterior, uma vez que 2024 foi um ano bissexto".

Ainda em Fevereiro de 2025, "além da RAM, só mais três regiões NUTS II registaram crescimentos nas dormidas: a Península de Setúbal (+7,8%), a Região Autónoma dos Açores (+5,1%) e o Norte (+0,9%). As restantes regiões observaram quedas, que foram mais expressivas no Oeste e Vale do Tejo (-7,1%), na Grande Lisboa (-5,6%) e no Algarve (-5,1%)", salienta. Destaque, segundo o INE, está o Funchal e Santa Cruz. O primeiro porque "foi o segundo município com maior número de dormidas" (439,5 mil dormidas, peso de 10,5%, atrás de Lisboa, 23,3% e 970,3 mil dormidas), mas que é de assinalar que "registou um decréscimo de 3,8% (+3,6% em Janeiro)" neste indicador. Já o segundo, "entre os 10 principais municípios, destacaram-se ainda Santa Cruz, na RA Madeira (1,9% do total), com um crescimento de 9,4% (+2,5% nos residentes e +10,2% nos não residentes), Ponta Delgada (1,7% do total), com um crescimento de 4,4% (-7,4% e +22,4%, pela mesma ordem)".

"A taxa líquida de ocupação-cama do alojamento turístico, no mês em referência, foi de 61,8%, valor superior em 1,4 p.p. ao observado no mês homólogo", o segunda maior aumento neste indicador atrás da Península de Setúbal (+2,5%), mas a região com maior taxa, bem á frente da Grande Lisboa (45,4%). "Por sua vez, a taxa de ocupação-quarto atingiu os 71,4% (69,2% em fevereiro de 2024)", acrescenta a DREM.

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Foto DREM dnoticias.pt

No mês de Fevereiro de 2025, "a estada média no conjunto do alojamento turístico registou um aumento face ao mesmo mês do ano anterior (4,78 noites), fixando-se em 4,84 noites. Os valores mais elevados continuam a ser observados na hotelaria (4,89 noites) e no alojamento local (4,84 noites), seguidos pelo turismo no espaço rural (3,75 noites)", sendo de destacar que a RAM continua a ter as estadas médias mais altas, o que já é 'tradição', neste mês seguida pelo Algarve (3,68 noites).

Outra nota de realce são "os valores acumulados dos hóspedes entrados, para o período de Janeiro a Fevereiro de 2025 (285,3 mil; +7,0% que no mesmo período de 2024), evidenciam igualmente um crescimento, o mesmo sucedendo com as dormidas, que se aproximaram dos 1,6 milhões (+8,1% que no mesmo período de 2024)", num rumo que poderá levar a mais um ano recorde, também nos indicadores financeiros, sobretudo se os preços continuarem altos.

"De realçar que os 10 principais mercados emissores representaram 82,8% do total das dormidas registadas em Fevereiro de 2025. Destacaram-se, com um peso superior, o Reino Unido e a Alemanha (ambos com 19,3% do total), sendo que o primeiro registou uma diminuição (-8,0%) face a Fevereiro de 2024 e o segundo um aumento (+1,3%). O mercado português ocupava o terceiro lugar (15,7% do total), com um crescimento homólogo de 16,0%. Na quarta posição encontrava-se o mercado polaco (10,3% do total; +37,3% face a fevereiro de 2024), à frente dos mercados da França (4,7%; +3,7%) e da Dinamarca (3,9%; -2,4%)", resume a DREM. O facto é que o mercado nacional as dormidas de residentes registaram um decréscimo de 0,8%, pelo que a Madeira destaca-se com +13,6% se nos cingirmos aos indicadores apresentados pelo INE (sem Al com menos de 10 camas).

"Em termos acumulados (de Janeiro a Fevereiro de 2025), os dois principais mercados emissores registaram variações homólogas nas dormidas em direções opostas. O mercado alemão foi o que apresentou o aumento mais expressivo, de +5,0%, enquanto o mercado britânico registou uma quebra de 5,4%. Já o mercado de residentes em Portugal, terceiro principal mercado, observou uma variação positiva de 22,3% no mesmo período", confia a DREM.

Indicadores económicos em alta

Por outro lado, "os proveitos totais e os de aposento, em Fevereiro de 2025, apresentaram crescimentos homólogos de 16,7% e de 20,6%, respectivamente, fixando-se, pela mesma ordem, nos 49,1 milhões de euros e nos 34,9 milhões de euros", ou seja continuando bem acima dos dados de hóspedes e dormidas. "No País, no mês em referência, as variações homólogas foram igualmente positivas, mas de menor dimensão, tanto nos proveitos totais (+4,0%), como nos de aposento (+3,4%). Em termos acumulados, as variações, na Região, foram de +22,9% e +24,6%, respectivamente, totalizando 99,4 milhões de euros, no caso dos proveitos totais, e 69,3 milhões de euros, no que se refere aos proveitos de aposento". Há um ano, os dois primeiros meses tinham tido proveitos totais de 80,8 milhões de euros e os de aposento 55,6 milhões.

Isto porque no mês de Fevereiro de 2025, "o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) rondou os 71,52 euros no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local abaixo das 10 camas), +22,4% que no mesmo mês do ano precedente. Por sua vez, o rendimento médio por quarto utilizado (ADR) no alojamento turístico passou de 84,42€, em Fevereiro de 2024, para 100,13€, em Fevereiro de 2025 (+18,6% de variação homóloga)", números bem acima dos do passado.

Neste pequeno acumulado, 2025 mostra claramente ao que vem: "Registou-se um RevPAR de 67,11 euros no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local abaixo das 10 camas), o que representa um aumento de 23,5% em relação ao período homólogo. No sector da hotelaria, o RevPAR foi de 72,47 euros (+25,1% em comparação com o mesmo período de 2024). Quanto ao ADR, os valores foram mais elevados, totalizando 100,60 euros no conjunto do alojamento turístico (+17,9% face ao período homólogo) e 103,23 euros na hotelaria (+18,0%)."