
Mas ainda falta a aprovação da parte do SPD, que submeteu o acordo à votação dos 358 mil militantes, que vai decorrer até à noite de terça-feira e cujo resultado será conhecido na quarta-feira.
A União Social-Cristã (CSU), da Baviera, partido irmão da CDU, com que forma um grupo parlamentar conjunto, já tinha dado a sua aprovação ao acordo.
A CDU/CSU também já divulgou a lista de ministros para o futuro governo, o que o SPD só deve fazer em 05 de maio.
A CDU vai ficar com os Ministérios da Economia, Negócios Estrangeiros, Educação e Família, Saúde, Transportes e Assuntos Digitais.
À CSU vão caber os do Interior, da Investigação, Tecnologia e Espaço e, ainda, o da Agricultura.
A lista ministerial motivou críticas a Merz oriundas do partido.
A Organização dos Trabalhadores Democratas-Cristãos (CDA) queixou-se de não ter representação direta no governo.
"Um Governo federal sem representação da CDA é algo que só se viu quando a CDU esteva na oposição", disse o presidente da organização, Dennis Radke.
Radke avisou que a perda da componente social levou a CDU a ser considerada como um partido que não representa os interesses dos trabalhadores.
O estado da Baixa Saxónia também não vai ter representação no Executivo, o que gerou igualmente descontentamento entre os dirigentes.
Já o texto do acordo da coligação e o acordo anterior com o SPD e os Verdes, que levou a uma reforma constitucional que alivia o dito travão à divida para reforçar o gasto em Defesa e criar um fundo especial para investimentos em infraestruturas, tinha criado algum descontentamento interno entre os setores da CDU defensores da austeridade orçamental.
Merz voltou a defender esta mudança, que para mais representa uma mudança em relação ao que disse durante a campanha eleitoral, aludindo à situação na Europa, à guerra na Ucrânia e ao arrefecimento das relações com os EUA.
Disse ainda que o futuro governo está obrigado a ter êxito.
"Sabemos que temos a obrigação de ter êxito na Alemanha, na Europa e no mundo. Êxito para a economia, a sociedade no nosso país e para o centro democrático", disse.
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