Imagine escutar o timbre da guitarra de Carlos Paredes, em temas tão emblemáticos como o Canto do Amanhecer, Verdes Anos ou Dança Palaciana, transformados em registo sinfónico pela arte da Orquestra Metropolitana de Lisboa, enquanto o palco do Teatro São Luiz se pinta com impressões das ruas de Lisboa nas leituras de Frederico de Freitas e de Saint-Saëns, com uma homenagem a Haydn com assinatura de Brahms e o espetacular Moto Perpetuo de Paganini, em diálogo com o Movimento Perpétuo de Paredes.

Este é apenas um exemplo das maravilhas a que poderá assistir no extenso programa de celebração do Centenário de Carlos Paredes (1925-2025), que vai ter ecos por todo o mundo e cujo programa oficial foi esta manhã apresentado no Museu do Fado. "Variações para Carlos Paredes" é uma iniciativa do Ministério da Cultura que "terá expressão em quatro continentes, envolvendo 17 cidades de 12 países, além de todo o território de Portugal Continental e das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores", explica a tutela, apontando três eixos de atuação: as Artes Performativas e Música; a Investigação, Memória e Património; e os Programas Educativos.

Cruzando múltiplas geografias e distintas disciplinas e áreas de intervenção, a programação inclui concertos, exposições, documentários, um filme, a edição da obra fonográfica integral de Carlos Paredes, bem como de inéditos, entre muitas outras iniciativas, onde se conta também o "desenvolvimento de um Plano Estratégico de Salvaguarda e Conservação da obra fonográfica do músico e compositor pelo Arquivo Nacional de Som".

Elaborado o programa pelo grupo de trabalho para as Comemorações do Centenário do Nascimento de Carlos Paredes nomeado pela ministra, Dalila Rodrigues, a diretora do Museu do Fado, Sara Pereira, o coordenador da equipa de instalação do Arquivo Nacional do Som, Pedro Félix, o historiador António Nunes e a técnica especialista do gabinete da ministra da Cultura, Filipa Alfaro compõem uma equipa coordenada por Levi Baptista, amigo, advogado e executor do testamento de Carlos Paredes. O programa de comemoração passa pelas principais salas do país — do São Luis ao CCB, passando pelo Theatro Circo de Braga, pelo Convento de São Francisco, de Coimbra, e, naturalmente, pelo Museu do Fado — e levará os acordes de Paredes a Madrid, Rabat, Atenas, Xangai, Pequim, Barcelona, Cidade do México, Panamá, Bogotá, Lima, Santiago do Chile, Monteviéu, Buenos Aires, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Sevilha.
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Veja aqui tudo o que vai acontecer no ciclo comemorativo, que envolve "dezenas de entidades, artistas e especialistas na obra e no legado do músico", resultado de um protocolo celebrado entre o Ministério da Cultura e a Lisboa Cultura/EGEAC.