O grupo parlamentar do Chega-Madeira vai avançar com uma moção de censura ao governo de Miguel Albuquerque. Os motivos para esta decisão serão explicados numa conferência de imprensa esta tarde e põem em causa a estabilidade do Governo de Miguel Albuquerque que depende da viabilização do Chega para aprovar orçamentos.
Ao que o Expresso apurou, os motivos para a decisão da estrutura regional do Chega devem estar ligados ao facto de o Ministério Público ter pedido o levantamento da imunidade parlamentar a mais um secretário regional, neste caso a Eduardo Jesus, o titular da pasta do Turismo. Em causa estarão suspeitas de um crime de prevaricação.
A pressão de André Ventura para avançar com uma moção de censura ao Governo Regional começou durante o mês de Outubro quando o Ministério Público pediu o levantamento da imunidade a três membros do governo de Miguel Albuquerque implicados em suspeitas de corrupção com um empresário ligado a empresas de marketing e publicidade, um esquema que terá servido para financiar as campanhas eleitorais do PSD.
Pedro Fino, das Infra- Estruturas, Rogério Gouveia, das Finanças, e Pedro Ramos, da Saúde, são os três secretários sobre quem recaem as suspeitas e que o Ministério Público quer ouvir, mas isso não foi suficiente para Miguel Castro, o presidente do Chega Madeira, ter cedido à pressão de Lisboa. Na verdade, reuniu mesmo com Rogério Gouveia para discutir o orçamento regional e saiu dessa reunião satisfeito.
Uma semana depois, com mais um pedido de levantamento de imunidade, surge então a moção de censura e numa altura em que Miguel Albuquerque está fora da Madeira, numa reunião das regiões em Canárias e a poucos dias da cimeira entre governos em Ponta Delgada, onde estará Luís Montenegro e José Manuel Bolieiro.
A moção de censura tem um prazo de sete dias para ser discutida e só passa se houver maioria e, para isso, é obrigatório que o PS vote a favor. Contudo, é um sinal amarelo para a estabilidade do Governo Regional que depende da viabilização do Chega, tal como aconteceu no programa de Governo. Depois da moção de censura, o próximo teste será o Orçamento da região autónoma.