"A China está disposta a dialogar, expandir as áreas de cooperação e gerir as diferenças com os Estados Unidos, a fim de promover o desenvolvimento estável das relações económicas e comerciais", disse Wang Shouwen, representante da China para o comércio internacional e vice-ministro do Comércio, em conferência de imprensa.

Wang afirmou que as relações devem basear-se no "respeito mútuo, na coexistência pacífica e na cooperação".

Wang advertiu que Pequim "salvaguardará firmemente a sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento durante este processo".

"A China pode suportar o impacto de choques externos", porque a economia chinesa tem demonstrado "forte resiliência e grande potencial", disse Wang, quando questionado sobre a possível imposição de taxas alfandegárias punitivas, o que pressagia o agravamento das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

Wang afirmou que as economias da China e dos EUA são "altamente complementares" e que um desenvolvimento "estável, saudável e sustentável" das relações comerciais será "benéfico para ambos e para todos os países do mundo".

"Além disso, a história recente demonstrou que, se um país impuser taxas alfandegárias à China, não resolverá o problema do défice comercial dessa nação. Pelo contrário, o custo final do aumento das taxas será suportado pelos seus consumidores", afirmou.

De acordo com alguns especialistas, Trump poderia impor taxas de quase 40% sobre as importações oriundas da China no início do próximo ano, o que teria um impacto no crescimento da segunda maior economia do mundo de até um ponto percentual.

As relações entre os dois países deterioraram-se drasticamente durante a primeira presidência de Trump (2017-2021), com disputas em áreas como o comércio, a diplomacia e a tecnologia. Com Joe Biden na Casa Branca, as tensões voltaram a aumentar com disputas sobre Taiwan e restrições às exportações de semicondutores e outras tecnologias-chave para a China.

Em 2018, depois de chegar ao poder pela primeira vez, Trump impôs várias rondas de taxas sobre cerca de 370 mil milhões de dólares (353 mil milhões de euros) anuais de produtos chineses, cerca de três quartos das exportações do país asiático para os EUA, ao que Pequim respondeu com taxas sobre as exportações norte-americanas.

 

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