A União Europeia anunciou esta quarta-feira que vai impor tarifas sobre produtos norte-americanos já a partir do próximo mês de abril, numa retaliação à decisão do Presidente Donald Trump em aumentar as taxas alfandegárias sobre o aço e alumínio.

A resposta europeia surge depois do Presidente norte-americano anunciara entrada em vigor, esta quarta-feira, de uma taxa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. No caso do Canadá, as tarifas duplicam para 50%.

Perante a decisão de Trump, a Comissão Europeia vai pôr fim à atual suspensão de tarifas sobre os produtos dos Estados Unidos, a partir de 1 de abril, assim como apresentará um novo pacote de contramedidas, depois de consultar os Estados-membros.

Atualmente, as taxas alfandegárias que estão suspensas aplicam-se a uma série de produtos como barcos, whisky e motos. Além de acabar com esta suspensão, a UE quer também aumentar o leque de produtos taxados.

Num comunicado divulgado no site oficial, Bruxelas adianta que as taxas previstas deverão afetar produtos norte-americanos no valor de mais de 26 mil milhões de euros.

Na mesma declaração, a UE assegura, no entanto, que está disposta a colaborar com a administração Trump para encontrar uma solução e garante que as medidas anunciadas podem ser canceladas a qualquer momento.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lamenta “profundamente” as tarifas anunciadas pelo chefe de Estado norte-americano e diz que são “más para as empresas e ainda piores para os consumidores”.

“Estão em causa postos de trabalho. Os preços vão subir. Na Europa e nos Estados Unidos. A União Europeia tem de atuar para proteger os consumidores e as empresas. As contramedidas que tomamos hoje são fortes, mas proporcionadas.”

De acordo com Von der Leyen, as contra medidas europeias serão introduzidas em duas fases: a partir de 1 e 13 de abril.

Entretanto , manter-nos-emos sempre disponíveis para negociações . Estamos firmemente convictos de que, num mundo repleto de incertezas geopolíticas e económicas , não é do nosso interesse comum sobrecarregar as nossas economias com direitos aduaneiros .”