O advogado do deputado do Chega Miguel Arruda diz que o seu cliente está inocente. Em entrevista à SIC, José Miguel Castro defende que seja levantada a imunidade parlamentar.
Miguel Arruda “está inocente” e “colaborou desde o princípio com a justiça e concretamente com as buscas”, garante a defesa, perante as suspeitas de furto qualificado.
“Trata-se de um processo manifestamente precipitado. Penso que sinceramente que se não fosse quem é, este processo nunca teria chegado a esta situação.”
O deputado do Chega Miguel Arruda foi esta terça-feira alvo de buscas e constituído arguido por suspeita de furto de malas do tapete de bagagens dos aeroportos de Lisboa e de Ponta Delgada.
Por ser deputado, goza de imunidade parlamentar e para ser ouvido o tribunal terá de pedir o levantamento desta imunidade ao presidente da Assembleia da República.
O advogado José Miguel Castro diz que o deputado pretende manter o seu mandato e defende que seja levantada a imunidade parlamentar.
“Se não fosse pedida a imunidade parlamentar, ele próprio ia pedir (…) Acho que ele tenciona manter o seu mandato.”
Ventura “estupefacto”
Em Washington D.C. para participar na tomada de posse de Donald Trump, André Ventura soube da notícia pela comunicação social com “enorme estupefação”.
“A lei tem que se aplicar a todos, sejam deputados do chega ou não. Se os factos forem verdadeiros, são intoleráveis”, disse o líder do Chega.
“Os políticos têm os mesmos direitos que todos os outros - isto é, o direito à defesa, o direito à presunção de inocência - mas têm mais deveres. Por isso é que eu acho que têm que ser dadas explicações rapidamente e obviamente quem as pode dar é quem tem o conhecimento dos factos e, portanto pode dizer ao país e aos eleitores de quem depende do seu mandato o que é que se passa. Essas explicações têm que ser dadas."
O presidente do Chega quer reunir-se com o deputado, de urgência, assim que regressar a Portugal.
Como terá Miguel Arruda furtado malas de viagem?
As viagens recorrentes entre Lisboa - onde trabalha como deputado à Assembleia da República - e os Açores - onde vive com a família e círculo por que foi eleito -, terão criado a ocasião.
Miguel Arruda é suspeito de, após aterrar nos aeroportos de Lisboa e de Ponta Delgada, se dirigir ao tapete de bagagens, pegar na mala de outros passageiros e sair.
Ao que a SIC apurou, o crime terá acontecido várias vezes durante meses.
O inquérito é dirigido pelo DIAP de Lisboa e está em segredo de justiça. O crime de furto qualificado é punido com pena de prisão até cinco anos.