O deputado social-democrata Carlos Silva Santiago terá atropelado uma criança de nove anos numa passadeira em Vila Nova de Paiva, no distrito de Viseu, durante a tarde do passado dia 8 de novembro. Segundo avançou esta quarta-feira o “Correio da Manhã”, o deputado do PSD acusou um volume de álcool no sangue superior à taxa legal, com o segundo teste a baixar um pouco os valores para 0,96 g/L. O próprio deputado confirmou que estava alcoolizado - embora tenha rejeitado que o acidente se trate de um atropelamento.
O jornal contou, com base em relatos da Guarda Nacional Republicana (GNR) e de testemunhas no local, que o acidente surgiu numa sexta-feira à tarde sem que houvesse quaisquer problemas com as condições de visibilidade e de meteorologia. Carlos Silva Santiago, ex-presidente da Câmara Municipal de Sernancelhe, conduzia pelo centro de Vila Nova de Paiva, quando embateu contra a criança, contando à GNR que “a criança atravessou a passadeira a correr e sem que nada o fizesse prever”, tendo “travado de imediato”. Uma versão diferente da apresentada pela criança.
Segundo o “CM”, o primeiro teste do balão efetuado no local acusou uma taxa de 1,35 gramas de álcool por litro de sangue, um valor que já constitui um crime. O deputado pediu contraprova, efetuou outro teste, e acusou 0,96 g/l, tendo sido multado em 500 euros pela contraordenação muito grave (uma multa que o próprio liquidou). Arrisca ainda uma cassação da carta de condução durante um período de entre dois meses a dois anos, e uma redução de cinco pontos na carta.
O deputado, eleito pelo círculo eleitoral de Viseu (era o n.º4 na lista da Aliança Democrática no distrito), era presidente da câmara de Sernancelhe até às legislativas, altura em que cedeu o lugar na autarquia. Numa publicação no Facebook, Carlos Silva Santiago admitiu a possibilidade de ter consumido mais álcool do que o limite imposto pela lei. “No dia do sucedido, regressava de um almoço, perfeitamente consciente e em momento algum tive a percepção de que poderia estar a ultrapassar o limite de álcool permitido, o que infelizmente aconteceu”, confessou.
Silva Santiago disse que “não existiu qualquer atropelamento”, esclarecendo que o menino “embateu lateralmente” no carro quando “iniciava a marcha”. Mas deixe claro que esta sua descrição dos acontecimentos não pretende “menorizar o que aconteceu nem tão pouco desculpar” o seu comportamento. “Responderei pelo que fiz como qualquer outro cidadão”, prometeu.
O ex-autarca falou de um “enorme susto” e disse ter demonstrado “preocupação imediata” com a vítima. “Acompanhei e continuo a acompanhar diariamente o caso com seus pais. Desde esse dia, tenho estado disponível para tudo o que precisarem e entenderem necessário, tendo vindo a manifestar esse estado de espírito diariamente”, garantiu.