
O cabeça de lista do PS às eleições regionais da Madeira, Paulo Cafôfo, acusou esta quinta-feira o PSD de ter feito uma queixa anónima contra si no Ministério Público (MP), classificando a atitude de cobardia e desespero.
Em declarações aos jornalistas numa iniciativa de contacto com a população, no Funchal, o socialista disse ter tomado conhecimento há pouco tempo de que uma queixa anónima contra si sobre "tudo e mais alguma coisa" deu entrada no Ministério Público na quarta-feira.
O candidato e presidente do PS/Madeira, o maior partido da oposição, está convicto de que os social-democratas são responsáveis pela denúncia e sublinhou que "os madeirenses sabem que denúncia anónima é só um ato de desespero e cobardia por parte do PSD".
"O PSD está a sentir o chão a fugir debaixo dos pés e procura lançar lama sobre mim, quando efetivamente quem tem um processo e que é arguido por suspeitas de corrupção é Miguel Albuquerque [presidente do Governo Regional, do PSD]", apontou.
Os madeirenses, acrescentou, "bem conhecem, bem sabem e estão fartos dos jogos de medo, das mentiras, das represálias, da chantagem e das perseguições".
"E isto que eu estou a sentir agora, os madeirenses também sentem, nesta forma ou de outras formas e, por isso, eu julgo que estes jogos sujos só representam mesmo o desespero e que, no domingo, estou muito confiante mesmo de que haverá uma outra solução governativa liderada com o Partido Socialista", vincou Paulo Cafôfo.
"O PSD está a sentir aquilo que nós sentimos na rua, de que as pessoas querem outra situação governativa", reforçou o socialista, que voltou hoje a estar em duas ações de contacto com a população, a quem tem apelado repetidamente para que votem no PS e deem uma oportunidade ao partido de levar a cabo uma mudança política na região, governada pelo PSD desde 1976.
Cafôfo assegurou que não se vai deixar intimidar e que o PS "joga limpo", referindo que já fez várias queixas contra o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, mas "tudo assinado, nada anónimo, contra as negociatas e os favorecimentos deste regime".
"Estou ao lado dos madeirenses e os madeirenses podem confiar em mim que esta era do jogo sujo, das represálias, da chantagem, com o PS vai acabar e vai acabar já no próximo domingo", realçou.
- A uma semana das eleições, Albuquerque e Cafôfo estão em sintonia: o objetivo é governar com maioria
Eleições da Madeira
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
Após as eleições do ano passado, também antecipadas, o PSD fez um acordo de incidência parlamentar com o CDS-PP, insuficiente, ainda assim, para a maioria absoluta.