
Dois cidadãos do México, um colombiano e um cidadão do Equador foram transferidos para os Estados Unidos, no que "evidencia a firme determinação das autoridades em combater eficazmente o tráfico de drogas e outras formas de criminalidade", refere o comunicado do Governo guineense.
A transferência destes detidos aconteceu após um "pedido" da DEA (Drug Enforcement Administration), a agência federal dos EUA para o combate à droga), uma medida que a defesa dos arguidos considera "uma aberração".
A defesa estranha a transferência dos quatro arguidos sem que exista um acordo de extradição entre os dois países.
A DEA, que se reuniu várias vezes com as autoridades guineenses, desde janeiro, solicitou a transferência dos detidos, "por razões de segurança", reconhecendo que o sistema carcerário da Guiné-Bissau "tem debilidades para lidar" com aqueles presos, referiram à Lusa outras fontes do Governo de Bissau.
Os quatro arguidos agora transferidos para os Estados Unidos da América foram detidos cinco cidadãos da América do Sul, em Bissau, a 07 de setembro de 2024, a bordo de um avião com cerca de 2,6 toneladas de droga, e a pretensão da DEA era que todos fossem encaminhados para os Estados Unidos, mas um dos cinco morreu.
Trata-se de um cidadão brasileiro, cujo corpo ainda se encontra a aguardar por uma ordem das autoridades guineenses para ser transladado para o seu país.
O comunicado do Governo esclarece que a transferência dos quatro arguidos ocorreu no âmbito da cooperação bilateral entre a Guiné-Bissau e os Estados Unidos da América, visando fortalecer o combate à criminalidade organizada transnacional, especialmente ao tráfico internacional de estupefacientes.
"Os condenados transferidos enfrentarão processos judiciais adicionais nos Estados Unidos da América, em cumprimento de acordos de cooperação judiciária vigentes entre os dois países", indica ainda o Governo de Bissau.
O executivo guineense reafirma o seu apoio às instâncias judiciárias do país bem como às forças de segurança.
A justiça guineense condenou a 17 anos de prisão os cinco arguidos por crimes de coautoria de "tráfico de substâncias estupefacientes agravado" e "utilização ilícita de aeronave", em que fizeram transportar a droga do México até Bissau.
A DEA, a Interpol e o Centro de Operações contra Narcóticos e Análise Marítima (MOAC- N) colaboraram com a Polícia Judiciária guineense desde a operação da apreensão da droga no aeroporto Osvaldo Vieira de Bissau até à sua incineração, no dia 19 de setembro de 2024.
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