O histórico socialista João Cravinho morreu, esta quarta-feira, aos 88 anos. O ex-ministro é lembrado por ter sido um político "multifacetado" que ocupou "inúmeros cargos de relevo" e um homem "íntegro, "generoso e empenhado".

Nascido em Angola, em 1936, João Cravinho formou-se em engenharia civil pelo Instituto Superior Técnico.

Foi ministro ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território no XIII Governo Constitucional, chefiado por António Guterres, e ministro da Indústria e Tecnologia no IV Governo Provisório, liderado por Vasco Gonçalves.

O seu filho, João Gomes Cravinho, foi ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros em executivos liderados por António Costa.

Marcelo lembra "político multifacetado"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamenta a morte do antigo ministro, que recordou como um "político multifacetado" que se destacou pela "defesa incansável da ética na política" e luta contra a corrupção.

Numa mensagem publicada no site oficial da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa manifesta "profundo pesar pela morte de João Cravinho".

O chefe de Estado recorda que "exerceu os mais diversos e exigentes cargos públicos, desde ministro da República em vários governos, deputado à Assembleia da República em várias legislaturas e deputado ao Parlamento Europeu, onde aliás foi vice-presidente".

Segundo o Presidente da República, João Cravinho "pautou a sua vida por uma defesa incansável da ética na política e na vida pública, lutando sempre contra a corrupção e desempenhando os mais diversos cargos com desassombro e coragem".

Aguiar-Branco destaca "inúmeros cargos de relevo", AR faz minuto de silêncio

A Assembleia da República assinala a morte do ex-ministro com um minuto de silêncio, após o presidente do Parlamento ter destacado os "inúmeros cargos de relevo" que exerceu e os "serviços relevantes" prestados ao país.

A meio das declarações políticas que se estão a realizar esta quarta-feira na Comissão Permanente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco diz ter recebido a notícia da morte de João Cravinho, enaltecendo os "inúmeros cargos de relevo" que exerceu em Portugal.

Foi "membro de vários Governos e nosso colega aqui na Assembleia da República. Prestou serviços relevantes ao país e eu não queria deixar de assinalar, e penso que o posso fazer em nome da câmara, o nosso testemunho de muito respeito e os nossos sentimentos à família e ao PS, em particular", assinala.

Após estas palavras, os deputados levantaram-se e fizeram um minuto de silêncio em homenagem a João Cravinho.

Pedro Nuno destaca "referência ética e política" com "percurso notável"

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, lamenta a morte do ex-ministro socialista, considerando-o uma "referência ética e política" com um "percurso notável ao serviço da democracia" e um exemplo de integridade que vai perdurar.

"Em meu nome e em nome do Partido Socialista, expresso o mais profundo pesar pelo falecimento de João Cravinho. Já transmiti à sua esposa e ao seu filho, em nome de todos os socialistas, a nossa solidariedade e os nossos sentidos pêsames neste momento de luto", lê-SE numa publicação nas redes sociais do líder do PS.

Para o líder do PS, a memória de João Cravinho "perdurará como exemplo de integridade e compromisso com o bem comum".

"Homem de convicções firmes, com um percurso notável ao serviço da democracia, destacou-se pela sua visão exigente da política como espaço de serviço público e por um olhar visionário sobre a transformação da indústria portuguesa e sobre a mobilidade no território", elogia.

Seguro destaca "inabalável luta pela ética na vida pública"

O antigo secretário-geral do PS António José Seguro destaca a "inabalável luta pela ética na vida pública" e o combate contra à corrupção, considerando que o seu exemplo permanecerá.

"Lamento profundamente a perda de João Cravinho, ex-ministro e deputado do Partido Socialista, cuja vida foi marcada pela inabalável luta pela ética na vida pública e pelo combate à corrupção em Portugal", refere Seguro nas redes sociais.

Segundo o antigo líder do PS, o exemplo de João Cravinho "como um incansável defensor da transparência e da integridade na política permanecerá como um exemplo para todos".

"Ao longo da sua vida revelou sempre um forte empenho pela defesa da causa pública e enorme competência nas áreas em que se envolveu", refere, deixando os sentimentos à família.

Alexandra Leitão fala em "homem íntegro"

A socialista Alexandra Leitão, que envia os sentimentos à família, diz que João Cravinho era um "grande democrata", um homem "íntegro e de serviço público".

"Tive o privilégio de beneficiar com os seus ensinamentos na elaboração do programa eleitoral do PS, em 2024, escreve no X.

Louçã recorda homem "generoso e empenhado"

Francisco Louçã recorda João Cravinho como um homem "generoso e empenhado", que sera lembrado como "uma das grandes figuras da democracia". No Facebook, escreve que Cravinho foi "um dos primeiros a propor medidas firmes contra a corrupção (e não conseguiu convencer o seu partido)".

"Foi um dos promotores das iniciativas pela reestruturação da dívida pública portuguesa, em que colaborámos intensamente, e procurou sempre manter diálogos à esquerda", acrescenta.

"Sempre disponível para diálogos e viveu uma vida de serviço público", diz José Gusmão

O dirigente do Bloco de Esquerda José Gusmão diz que a esquerda "perde um dos pensadores mais abertos e críticos". João Cravinho "esteve sempre disponível para diálogos e viveu uma vida de serviço público", refere, numa publicação nas redes sociais.

[Artigo atualizado pela última vez às 17:50]

Com Lusa