O JPP emitiu, esta tarde, um comunicado no qual dá nota de um problema “crónico”, face ao desespero dos doentes transplantados que estão sem as doses de medicamentos de que precisam há mais de três meses.

Conforme indicam, os relatos dos doentes e familiares mostram que “o fadário tem-se prolongado desde o início deste ano”, havendo doentes que têm de tomar três ou quatro qualidades de medicamentos, a maioria levantados na farmácia hospital, mas por razões que não são explicadas a farmácia não dispõe da totalidade desses medicamentos.

“Temos de enfrentar a doença dos nossos familiares, apoiá-los para que a dor e o sofrimento sejam atenuados, mas depois com estas situações, esta falta frequente de medicamentos acaba por desanimar e agravar a situação de quem está fragilizado pela doença”, relatam ao JPP.

Na nota enviada à imprensa, o JPP aponta que as rupturas na farmácia do Serviço de Saúde da Região (SESARAM) têm sido um problema crónico, denunciado por doentes e familiares, mas já nem os profissionais de saúde escondem a gravidade da situação. Médicos, enfermeiros e dirigente de associações de apoio aos doentes têm assumido críticas públicas.

“O problema agrava-se quando são os próprios doentes ou familiares a terem que suportar as despesas com os medicamentos, pessoas que, em muitos casos, usufruem de baixos rendimentos. Quando o recurso é terem de comprar os medicamentos por conta própria, fica patente que o problema da farmácia hospitalar não é uma questão de ruptura do stock, mas de gestão incompetente, dado que o doente encontra o que precisa nas outras farmácias, caindo por terra o argumento oficial de que se trata de uma situação relacionada com a farmacêutica e a distribuição”.

Lembram que o próprio presidente da Ordem dos Médicos na Madeira, o médico Gil Bebiano, no início deste ano, foi muito claro sobre este problema, apontado à gestão ineficiente da farmácia hospital e avisando que o SESARAM “tinha de estar precatado” para que estas situações não se repetissem. Pelos vistos, nenhum responsável político pela saúde lhe deu ouvidos. O que é de lamentar.