É muito provavelmente o autor mais conhecido do grande público e poucos serão os lares que não têm, ou tiveram, uma obra sua. José Maria de Eça de Queiroz dispensou o Zé Maria na assinaturas das obras que se repartem entre contos, romances, novelas, epistolares e artigos em diversas publicações, tendo ele próprio sido jornalista e diretor de "O Distrito de Évora" e fundador da "Revista de Portugal".

A escrita, simultaneamente escorreita e direta, é o expoente máximo do realismo literário, bem distante do romantismo e, por isso mesmo, eventualmente mais acessível ao grande público.

Eça de Queiroz no Panteão Nacional, um "ato de justiça evidente"

Temas como o adultério, o pecado, a moral ou a falta dela, perpassam parte da obra queirosiana, profundamente marcada pela implacável crítica social e pela crónica de costumes daquele que foi sempre o seu país, mesmo quando a carreira diplomática o levou a Inglaterra, França e Cuba, tendo sido cônsul de Portugal em Havana, cuja universidade criou uma cátedra a ele dedicada.

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Homem de letras por excelência, Eça deixa um legado onde se destacam "Os Maias", "O Crime do Padre Amaro", "O Conde D'Abranhos", "A Ilustre Casa de Ramires", "O Mandarim" ou "A Relíquia", este último fortemente influenciado por uma viagem ao Oriente, que levou Eça à Palestina e ao Egito, onde assistiu à inauguração do Canal do Suez.

Eça de Queiroz no Panteão: as imagens da cerimónia de honras

Português cidadão do mundo, Eça de Queiroz tem cerca de 70 títulos traduzidos em mais de 20 idiomas e a sua obra nunca perdeu relevância no universo literário que o alcandorou à condição de clássico da literatura.

FERNANDO VELUDO

Imortal na obra, o escritor, jornalista, pensador e diplomata, observador astuto da realidade, morreu nos arredores de Paris no ano de 1900. Nascera na Póvoa de Varzim a 25 de novembro de 1845. Depois de polémicas mais ou menos estéreis, vê a sua imortalidade perpetuada no Panteão Nacional, 125 anos depois do último suspiro.