O Governo de Madrid negou este sábado que os dois espanhóis detidos na Venezuela pertençam ao Centro Nacional de Inteligência (CNI), como afirmou o ministro do Interior daquele país quando anunciou a sua detenção por alegadamente estarem a preparar atos "terroristas".

Fontes não identificadas do Governo espanhol garantiram à agência de notícias espanhola, EFE, que os dois cidadãos detidos não pertencem ao CNI, os serviços secretos espanhóis, mas não forneceram mais detalhes sobre as detenções.

A embaixada de Espanha na Venezuela pediu ao Governo venezuelano o acesso aos dois detidos, com a intenção de verificar as respetivas identidades e nacionalidade e – caso confirme que são cidadãos espanhóis - para saber exatamente do que são acusados, “para que possam receber toda a assistência necessária”, segundo a EFE.

O ministro venezuelano do Interior, Diosdado Cabello, anunciou a detenção de dois cidadãos espanhóis, três norte-americanos e um checo, envolvidos numa alegada operação destinada a realizar atos "terroristas", incluindo o assassinato do Presidente Nicolás Maduro.

O ministro garantiu que os dois cidadãos espanhóis estavam a tirar fotografias de instalações do aeroporto e estavam interessados em saber como poderiam obter explosivos. O ministro, que não especificou quando as prisões ocorreram, também revelou as identidades dos dois espanhóis - José María Basoa e Andrés Martínez Adasme - e disse que eles tinham ligações com o Centro Nacional de Inteligência (CNI).

Diosdado Cabelo disse ainda que mais de 400 armas "transportadas dos Estados Unidos" foram apreendidas na operação, e que alguns dos capturados estavam a tentar trazer para a Venezuela "um grupo de mercenários" com o objetivo de assassinar Maduro, bem como a vice-presidente executiva, Delcy Rodríguez, e outros líderes chavistas.

Em entrevista exclusiva aos meios de comunicação públicos venezuelanos, Cabello explicou que os espanhóis foram capturados em Puerto Ayacucho, capital do estado do Amazonas (sul, fronteira com a Colômbia e o Brasil).