“Obrigada a todos os que assinaram a petição. Já ultrapassámos a duas mil assinaturas. Se és cidadão português, também podes assinar”. É com este apelo que Andrew Salgueiro Maia se dirige aos seguidores, num vídeo partilhado nas redes sociais.

O objetivo da petição, lançada em março desde ano depois de emitida a Grande Reportagem da SIC, é que o Parlamento altere os “artigos 1817º, 1839º e 1842º do Código Civil Português” por limitarem ”o direito à identidade pessoal" e “não garantirem o princípio da igualdade que é devido a todos os cidadãos, bem como a sua dignidade”.

Sublinhe-se que foi, precisamente, devido a estes três artigos que Andrew viu o tribunal ignorar o teste de paternidade realizado no Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), por ordem do Tribunal de Santarém, e que chegou a uma certeza de 99,99996%.

A ciência passou para segundo plano porque o prazo para pedir a impugnação e investigação da paternidade foi ultrapassado por quatro meses.

Mas a partilha da história de Andrew na Grande Reportagem da SIC fez com que fosse criada uma petição para não só chegar à Assembleia da República mas, sobretudo, para que os deputados mudem a lei.

“Quero esclarecer que existem várias petições com o mesmo fim. Só que, infelizmente, não podemos juntar as milhares de assinaturas para alcançar o nosso objetivo. Pelo menos uma delas precisa de atingir 7.500 assinaturas para chegar ao novo Parlamento, que tomará posse em junho. Esta não é uma luta só minha. Outras pessoas têm sido igualmente lesadas”, diz Andrew no vídeo.

Aos 22 anos, a mãe contou-lhe a verdade e aos 28 decidiu avançar para a Justiça portuguesa para ser reconhecido como filho de Salgueiro Maia. “Esta é uma lei que tem afetado famílias há várias gerações. Está na hora de mudar esta lei. Vamos fazê-lo juntos”, apela o luso-americano.

“Sempre unidos. Força”, termina, em português.