"O Suleimane já está em casa", disse um familiar do ex-governante.

De acordo com a mesma fonte, Suleimane Seidi foi conduzido até à sua residência pela polícia que o deteve na passada quarta-feira, quando se encontrava num restaurante de Bissau.

Para os familiares, o ex-governante foi vítima de um rapto por parte da polícia.

A Liga Guineense dos Direitos Humanos, que exigiu a sua libertação imediata, defendeu que Seidi foi vítima de um sequestro por parte das autoridades guineenses.

Um membro do coletivo de advogados de defesa disse à Lusa que não foram informados das diligências que levaram à soltura de Suleimane Seidi.

"Foi tudo extraprocessual, desde a sua detenção como a sua libertação agora", afirmou o advogado, que pediu para não ser identificado.

Suleimane Seidi, dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que lidera a coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka), que venceu as últimas eleições legislativas na Guiné-Bissau, foi detido, inicialmente, em dezembro de 2023.

Seidi, então ministro da Economia e Finanças, foi detido juntamente com António Monteiro, então secretário de Estado do Tesouro, ambos acusados de alegada prática de corrupção ao terem mandado pagar dívidas do Estado avaliadas em cerca de nove milhões de dólares a um grupo de empresários.

Os dois ex-governantes são acusados pelo Ministério Público de crimes de corrupção, abuso do poder, violação de normas orçamentais, peculato e fraude fiscal.

Após seis meses de prisão preventiva, ambos saíram em liberdade condicional, em julho passado, por decisão de um juiz, mediante o pagamento de uma caução monetária, mas com obrigação de permanência e apresentação periódica na justiça.

"Os nossos constituintes sempre se apresentaram na Justiça, duas vezes por semana, e ainda pagaram a caução monetária fixada pelo juiz", declarou o advogado contactado hoje pela Lusa.

A fonte familiar indicou à Lusa que Suleimane Seidi não pretende prestar declarações.

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