Pelo menos 14 palestinianos morreram e outros 18 ficaram feridos num bombardeamento do exército israelita contra a escola al-Jaouni, em Nuseirat, no centro de Gaza, que albergava deslocados palestinianos, segundo o governo local. As equipas de socorro continuam à procura de mais eventuais vítimas. Entre os mortos estão dois funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), mulheres e crianças.

O Presidente dos Estados Unidos declarou-se “indignado e profundamente triste” com a morte da ativista turco-norte-americana Aysenur Ezgi Eygi, assassinada durante uma manifestação na Cisjordânia ocupada na sexta-feira. Joe Biden apelou a Israel, em comunicado, para que “faça mais” para garantir que tal tragédia não se repita.

“O tiroteio que levou à sua morte é totalmente inaceitável. Israel reconheceu a sua responsabilidade pela morte de Aysenur e uma investigação preliminar indicou que foi o resultado de um erro trágico resultante de uma escalada desnecessária”, asseverou. “Tem de haver uma responsabilização total. E Israel tem de fazer mais para garantir que acontecimentos como este não voltem a acontecer”, frisou Biden.

Mais notícias do dia:

⇒ Os palestinianos da Faixa de Gaza veem-se como “zombies” entregues a si mesmos, disse em Bruxelas o coordenador da Organização das Nações Unidas para a ajuda humanitária aos Territórios Palestinianos Ocupados. “Devem ver-nos como dois milhões de zombies (…) entregues a si mesmos”, afirmou Muhannad Hadi, citando um palestiniano com quem falou durante uma deslocação à Faixa de Gaza. “Todas as coisas que se consideram adquiridas, ou pelas quais se trabalha todos os dias, não existem para a maioria da população de Gaza”, acrescentou.

⇒ A campanha de vacinação contra a poliomielite continua a decorrer no norte de Gaza. Em todo o enclave, já foram vacinadas aproximadamente 530 mil crianças. A UNRWA está “a trabalhar 24 horas por dia para chegar a todas as crianças com menos de dez anos”, lê-se numa publicação na rede social X.

⇒ O primeiro-ministro iraquiano, Mohamed Chia al-Soudani, reafirmou em Bagdade, diante do Presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, que Iraque e Irão recusam prolongar o conflito em Gaza entre Israel e o Hamas, apoiado por Teerão. “À luz da escalada na região, temos falado muito sobre a importância da estabilidade, que está ameaçada pela agressão sionista em Gaza”, disse al-Soudani. “Em mais de uma ocasião, afirmámos a nossa rejeição de qualquer prolongamento do conflito”, acrescentou, referindo-se às “posições comuns” dos dois países relativamente a esta “agressão”.

⇒ O Presidente egípcio alertou para a insegurança das fronteiras do país devido aos conflitos nos países vizinhos, enquanto lembrou que o Egito acolhe milhões de refugiados e tenta evitar a imigração irregular para a Europa. “As nossas três fronteiras, a sul com o Sudão, a oeste com a Líbia e agora as fronteiras a leste com Israel e Gaza, são inseguras, instáveis, e isso tem muitas repercussões”, afirmou Abdul Fatah al-Sisi, numa conferência de imprensa no Cairo com o homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier.

⇒ Manifestantes anti-guerra e a polícia entraram em confronto no exterior de uma exposição de defesa em Melbourne, na Austrália, onde pelo menos 39 pessoas foram detidas por delitos como agressão, fogo posto e bloqueio de estradas. Segundo as autoridades, cerca de 1200 pessoas participaram no protesto à porta do local onde decorre a exposição, que se realiza de dois em dois anos. Muitos entoaram slogans pró-Palestina através de altifalantes e agitaram bandeiras da Palestina, enquanto outros tinham cartazes e bandeiras relacionados com outros conflitos.

Homem com bandeira palestiniana na Spencer Street, em Melbourne
Homem com bandeira palestiniana na Spencer Street, em Melbourne Darrian Traynor

⇒ As forças israelitas mataram pelo menos seis palestinianos na Cisjordânia ocupada, à medida que as tropas prosseguem uma operação alargada contra grupos militantes no território, informaram os militares. Um ataque aéreo na cidade de Tubas matou cinco homens que, segundo os militares, estavam armados com explosivos que constituíam uma ameaça para as forças israelitas e destruíram instalações de produção de armas e um veículo equipado com explosivos. Um militante armado foi morto na cidade de Tulkarm.

⇒ Israel realizou novos bombardeamentos contra cerca de 30 alvos alegadamente ligados ao grupo xiita libanês Hezbollah no sul do Líbano. A força aérea israelita indicou que vários dos seus aviões de combate bombardearam “cerca de 30 lança-foguetes e infraestruturas militares da organização terrorista que representavam uma ameaça para os cidadãos do Estado de Israel” em vários pontos do sul do Líbano.

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