O primeiro inquérito à fuga de cinco reclusos da cadeia de Vale de Judeus apurou responsabilidades a nove funcionários da prisão: o antigo diretor, Horácio Gomes Ribeiro, é alvo de um processo disciplinar “por violação dos deveres gerais de prossecução do interesse público, zelo e lealdade”. Quer dizer: “Não zelou pelo cumprimento das orientações em matéria de vigilância e segurança, nomeadamente, na homologação das escalas.”
O Chefe da Guarda Prisional também é alvo de um processo porque “cabia-lhe a determinação da escala da vigilância (física e por vídeo) aos pátios interiores”. Há mais sete guardas visados no relatório do procurador André Namora que critica uma espécie de código de silêncio que terá imperado entre os inquiridos: “O silêncio de muitos dos envolvidos, embora não os tenha desfavorecido, não permitiu deslindar alguns dos factos que ajudariam a delimitar a intervenção individual”.
Além destes processos disciplinares, a ministra Rita Alarcão Júdice concordou com instauração de “inquéritos autónomos” para "apuramento de responsabilidades disciplinares sobre as condições em que foram cedidas, sem autorização, as imagens de acontecimentos no EP de Vale de Judeus à Comunicação Social. Os visados são militares da GNR.
O comissário da cadeia será investigado por “falta de concretização de uma medida de segurança e sobre uma situação de absentismo prolongado” e será instaurado “um inquérito autónomo para avaliar o funcionamento” dos Serviços de Segurança e a “capacidade de resposta a situações desta natureza”.