O ministro da Defesa cessante de Israel avisou as famílias dos reféns ainda detidos na Faixa de Gaza que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, mantém as tropas no enclave sem motivo. “Não há mais nada a fazer em Gaza. Os principais objetivos foram alcançados”, afirmou Yoav Gallant, que cessa funções nesta quinta-feira após ter sido demitido por Netanyahu, numa reunião com as famílias dos reféns, segundo a imprensa israelita.

O Supremo Tribunal israelita classificou como decisão “questionável” a demissão de Gallant por divergências com o primeiro-ministro, mas considerou não haver razão legal para revertê-la. O comunicado do tribunal responde ao recurso apresentado por dois grupos pró-democracia israelitas, o Movimento para um Governo de Qualidade e o Escudo Protetor, no qual requeriam que a demissão fosse considerada ilegal por se dever a “meras considerações políticas”.

O exército israelita expandiu a incursão terrestre em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza. “As tropas começaram a operar na área de Beit Lahia depois de receberem informações prévias dos serviços de informação que indicava a presença de terroristas e de infraestruturas terroristas”, referiu em comunicado. Na nota, garante ainda estar a facilitar a retirada “segura” dos palestinianos que vivem em zonas de combate através de rotas organizadas.

O exército israelita apelou aos habitantes de várias zonas do norte da Faixa de Gaza para saírem das “zonas de combate” e seguirem para sul, após o lançamento de rockets contra Israel. O apelo das forças militares israelitas diz respeito a quatro distritos da zona norte do enclave palestiniano, controlado pelo Hamas desde 2007, descritos como “zonas de combate perigosas”, segundo referiu o porta-voz do exército em língua árabe, Avichay Adraee, na rede social X.

Mais notícias do dia:

⇒ O líder supremo do Irão considerou que o movimento xiita libanês Hezbollah e o grupo sunita palestiniano Hamas vão conseguir impor-se a Israel. “O Hezbollah (Partido de Deus) continua forte e continua a lutar apesar das considerações erradas de alguns, no Líbano e no estrangeiro, que dizem que (o movimento xiita libanês) está debilitado”, disse Ali Khamenei no Conselho Superior em Teerão.

⇒ Cinco capacetes azuis malaios e três soldados libaneses ficaram feridos num ataque israelita em Saida, no sul do Líbano, afirmou a Força Interina das Nações Unidas para o Líbano (FINUL), num ataque israelita que matou três pessoas. “Esta tarde, uma caravana da FINUL transportava forças de manutenção da paz recém-chegadas ao sul do Líbano quando um ataque com drone ocorreu nas proximidades. Cinco capacetes azuis ficaram feridos ligeiramente e foram tratados no local pela Cruz Vermelha libanesa”, adiantou em comunicado. O exército libanês indicou que três dos seus militares também ficaram feridos e que morreram três pessoas.

⇒ As Forças de Defesa de Israel informaram que as operações da Brigada Nahal nas últimas semanas no sul do Líbano resultaram na eliminação de “dezenas de terroristas” do Hezbollah e na morte de cinco dos seus soldados. Nos confrontos com o grupo xiita libanês, “16 combatentes foram feridos e cinco combatentes da reserva da brigada morreram”, segundo as autoridades militares israelitas.

⇒ Os subúrbios do sul de Beirute foram atingidos por ataques israelitas durante a noite, incluindo uma zona junto ao aeroporto internacional, que continua a funcionar, segundo o ministro libanês dos Transportes. Um fotógrafo da Agência France Presse viu um hangar junto ao muro do perímetro do aeroporto de Beirute ser atingido por um ataque. O ministro libanês dos Transportes, Ali Hamié, declarou através das redes sociais que “o aeroporto está a funcionar normalmente”.

⇒ Um comité da UNESCO vai reunir-se a 18 de novembro para discutir o “reforço da proteção provisória” dos locais históricos do Líbano ameaçados pelos ataques de Israel contra o Hezbollah. “A pedido das autoridades libanesas, uma sessão extraordinária do Comité para a Proteção dos Bens Culturais em Caso de Conflito Armado terá lugar a 18 de novembro” na sede da UNESCO, em Paris, anunciou fonte da organização. Na reunião serão examinados 34 sítios culturais.

⇒ O ministro dos Negócios Estrangeiros francês defendeu em Jerusalém que a eleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos abre uma “perspetiva diplomática” de acabar com as guerras em Gaza e no Líbano. “A diplomacia é possível” na Faixa de Gaza para libertar os cerca de 100 reféns ainda detidos pelo Hamas, afirmou Jean-Noël Barrot, após uma reunião com o ministro cessante dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz.

⇒ O líder dos rebeldes hutis do Iémen, Abdel Malek al-Huthi, afirmou que Donald Trump vai voltar a “falhar” nos esforços para resolver a questão palestiniana no segundo mandato. “Trump falhou no seu plano para o acordo do século” no primeiro mandato, “e vai falhar novamente desta vez”, declarou o líder rebelde iemenita num discurso transmitido pela televisão, no qual descreveu o Presidente eleito dos Estados Unidos como “arrogante e tirânico”.

⇒ Israel assinou um acordo com a companhia norte-americana Boeing para a compra de 25 caças F-15 de “nova geração”, financiados pela ajuda militar dos Estados Unidos, anunciou o Ministério da Defesa israelita. O acordo, no valor de 5,2 mil milhões de dólares (mais de 4,8 mil milhões de euros), inclui uma opção para mais 25 aviões, indicou o ministério. Os caças serão entregues em lotes de quatro a seis por ano, a partir de 2031.

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