
A taxa de abandono escolar no ensino básico caiu de 2,9% em 2015 (início do primeiro mandato liderado pelo Movimento pela Democracia, MpD), para 1,4%, em 2023, salientou Ulisses Correia e Silva.
No ensino secundário, a taxa caiu de 6,1% para 1%, no mesmo período, acrescentou.
"Estes resultados são frutos de políticas eficazes. Há menos abandono escolar porque o acesso e a continuidade dos estudos foram facilitados por políticas integradas", explicou.
O primeiro-ministro acrescentou que, na lei de bases do sistema educativo, o Governo optou por apoiar o ensino pré-escolar, principalmente para famílias com menos recursos, garantindo o acesso a todas as crianças.
A taxa de cobertura está atualmente em 86%, com o objetivo de alargar a oferta através dos municípios, organizações não-governamentais e religiosas e outras instituições.
Os dados foram complementados por dúvidas da oposição.
O deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), João Batista Pereira, questionou o Governo sobre a queda no número de alunos no ensino superior.
"Por que está a diminuir o número de alunos, quais são as medidas concretas para financiar os estudos?", questionou - além do apoio ao pagamento de propinas em dívida, com que o Governo disse, hoje, já ter apoiado 1.045 finalistas desde 2018.
O deputado da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), António Monteiro, reconheceu os avanços na educação, mas apontou algumas limitações, nomeadamente quanto à qualidade de ensino, sugerindo que tal se reflete no abandono da formação que muitos tentam seguir em Portugal.
"Entre 2015 e 2021, dos 14.000 alunos cabo-verdianos em Portugal, apenas 1.196 terminaram a formação, ou seja, menos de 9%. O Governo precisa repensar o modelo de ensino", afirmou.
O deputado também criticou a falta de impacto de um protocolo assinado com Portugal para melhorar a educação: "Até agora, não sentimos efeitos visíveis dessa parceria", concluiu.
RS // JMC
Lusa/Fim