Portugal ainda não decidiu de que forma participará na iniciativa da chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, para mobilizar até 40 mil milhões de euros, de apoio militar adicional para Kiev. O ministro dos Negócios Estrangeiros argumenta que o novo pacote de ajuda ainda não está fechado ao nível europeu e, por isso, ainda não pode avançar o contributo de Portugal, escusando-se a falar de valores.

Ao mesmo tempo, Paulo Rangel admite que, para essa decisão, o Governo consultará o Partido Socialista de Pedro Nuno Santos, tal como há um ano António Costa também se concertou com Luís Montenegro para aprovar €100 milhões para a compra conjunta de munições organizada pela República Checa.

"Em 2024 tínhamos um Governo em gestão que tomou várias decisões, claro que não as tomou sozinho, tomou-as com certeza num espírito de diálogo nacional e portanto obviamente que julgo que isso será o que seria adequado se tivermos que tomar alguma decisão neste contexto", afirmou Rangel aos jornalistas.

A proposta da Alta Representante da UE para a Política Externa, para mobilizar até €40 mil milhões prevê que os estados participantes - dentro ou fora da UE - contribuam de acordo com peso económico, ou seja, em função do Rendimento Nacional Bruto, o que no caso de Portugal corresponderia a um esforço de 600 milhões euros.

Por outro lado, Paulo Rangel, insistiu que "é totalmente extemporâneo" ponderar sobre o apoio que Portugal poderá prestar à Ucrânia na eventualidade de um acordo de paz com a Rússia, pelo que "compreende a curiosidade, só que neste momento não é possível dar uma resposta clara".

"Aquilo que Portugal tem dito sempre -- e que eu aqui reafirmo -- é que estará sempre disponível para, no quadro da UE ou outros [...], contribuir para ajudar a Ucrânia", comentou.