Um homem foi baleado por uma patrulha da Polícia de Segurança Pública (PSP) na Cova da Moura, esta madrugada, depois de ter tentado resistir à detenção.
Ao que a SIC conseguiu apurar, o homem de 43 anos foi atingido na cabeça, tórax e abdómen por três projéteis depois de ter atacado agentes durante a detenção, na sequência de uma perseguição policial. Foi de imediato transportado para o hospital de São Francisco Xavier, onde acabou por morrer.
Num comunicado enviado às redações, a PSP explica que, antes de ser intercetado, o suspeito terá abalroado vários carros.
O alerta foi acionado pelas 05h43 para a “interceção de um indivíduo que momentos antes se havia colocado em fuga à polícia”, adianta a PSP.
“Minutos antes, na Avenida da República, na Amadora, o suspeito ao visualizar uma viatura policial encetou fuga para o interior do Bairro Alto da Cova da Moura, também, na Amadora. No interior do bairro, o condutor entrou em despiste, abalroando viaturas estacionadas, tendo o veículo em fuga ficado imobilizado.”
A mesma nota explica que os agentes balearam o suspeito depois de terem sido atacados com uma arma branca no momento da detenção. O caso será alvo de um inquérito criminal e disciplinar.
“Quando os polícias procediam à abordagem do suspeito, o mesmo terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca, tendo um dos polícias, esgotados outros meios e esforços, recorrido à arma de fogo e atingido o suspeito, em circunstâncias a apurar em sede de inquérito criminal e disciplinar.”
A PSP adianta ainda que a Polícia Judiciária se deslocou local da ocorrência, onde “foram realizados procedimentos de preservação e de gestão do local do crime”.
Além disso, “seguir-se-ão outras diligências investigatórias junto dos polícias da PSP e de testemunhas, para apurar as circunstâncias que originaram esta ocorrência”.
“A Polícia de Segurança Pública lamenta o desfecho deste incidente, endereçando as condolências à família e amigos do cidadão falecido”, pode ler-se na mesma nota.
Vizinhos dizem que vítima não seguia em carro roubado
A versão dos acontecimentos contada pelos vizinhos da vítima, Odair Moniz, é algo diferente. Falam um “homem trabalhador”, dono de um café, que estaria apenas a voltar de uma festa, no próprio carro.
“Já o conheço há pelo menos 19 anos. Era trabalhador. Nunca se meteu em nada fora do normal”, comenta um dos vizinhos da vítima.
“Saiu com os amigos, para ir à Cova da Moura. Se calhar, bebeu uns copos a mais, com a rapaziada, e vinha para casa. Entretanto, os polícias mandaram-no parar e ele desviou o carro para o lado. Dispararam várias vezes, vários tiros, contra os vidros. Deviam ter feito de outra maneira”, lamenta, assegurando que a viatura em que seguia Odair Moniz era “o carro dele”. “Não era roubado.”
[Notícia atualizada às 15h54]