HOMEM DE GOUVEIA

"O fogo desceu a encosta, porque se iniciou ontem [domingo] no Paul da Serra, numa zona sobranceira à da ribeira da Ponta do Sol, e durante a noite desceu, foi para os dois lados -- já se esperava que assim fosse porque estava numa linha extensa -- da ribeira. Neste momento, onde está a lavrar mais intensamente é na zona da 'Quinta', nas serras da Lombada da Ponta do Sol", disse Célia Pessegueiro à agência Lusa.

Os bombeiros estão mobilizados neste sítio, que tem terrenos agrícolas e gado, está dotado de caminhos e acessos e zonas de abastecimento de água, referiu a autarca, adiantando que "as pessoas deixaram desde ontem as suas propriedades abertas para os bombeiros poderem abastecer à vontade e fazer o combate".

"Onde nós estamos, nas últimas casas da zona da Lombada, há duas zonas por onde o fogo pode chegar: ou pela 'Quinta', que é na crista da montanha, ou então pela encosta da ribeira. Neste momento não é visível que esteja a vir pela ribeira, que é uma zona onde não poderíamos combater, a não ser pelo meio aéreo que já andou por aqui a circular, já o vimos", apontou Célia Pessegueiro.

As chamas, descreveu, já estão dentro da área que tem terrenos agrícolas, "uma zona que infelizmente tem um histórico de muitos incêndios", mas desde que a autarca está em funções nunca foi necessário evacuar as propriedades. São os locais, aliás, a fazer o primeiro combate junto às suas casas, auxiliados pelos bombeiros.

Desde o dia 14 de agosto (quarta-feira), mais de 500 profissionais, incluindo 400 bombeiros e 120 polícias florestais, foram destacados de forma rotativa para combater o incêndio rural que deflagrou na Serra de Água, no concelho da Ribeira Brava, e se estendeu aos municípios de Câmara de Lobos e Ponta do Sol, segundo a Proteção Civil do arquipélago.

Pelo menos 160 pessoas foram retiradas das suas habitações devido ao incêndio, tendo sido instalados em equipamentos públicos, mas muitas já regressaram ou estão a regressar a casa.