O vice-presidente da Liga dos Bombeiros, Eduardo Correia, entende que os meios de socorro têm de ser céleres e eficazes na resposta às chamadas de emergência. Já o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, Rui Lázaro, acusa o Governo de ignorar os profissionais, que continuarão em greve "até que sejam apresentadas soluções".
Em declarações à SIC, o vice-presidente da Liga dos Bombeiros reconhece que, nos últimos dias, tem-se assistido a um aumento do volume de chamadas diretas para as corporações de bombeiros, devido às recentes falhas no INEM.
"O receio aqui é que esta situação crie algumas raízes e o trabalho que foi feito ao longo dos anos no sentido de as pessoas, se possível, esquecerem a existência do número direto dos bombeiros. Está-se aqui a assistir a algum retrocesso", aponta.
Sindicato admite que problemas têm piorado
Também em entrevista à SIC, o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, Rui Lázaro, assume que os problemas que afetam o INEM já se arrastam "há anos" e têm vindo a agravar-se.
Em junho, garante, o sindicato que lidera apresentou "este estado em que se encontra a emergência médica" ao Governo e que, nessa reunião, informou que davam "alguma margem sem avançar com ações reivindicativas para que o Governo pudesse atender às propostas".
"Não sendo feito, obtendo nós a resposta de que não ia haver uma valorização de técnicos este ano, só eventualmente em 2025, fomos empurrados, claramente, para ações reivindicativas."
Rui Lázaro garante ainda que a greve dos técnicos "perdurará até que sejam apresentadas soluções".
A falta de técnicos de emergência pré-hospitalar, conjugada com a greve destes profissionais às horas extraordinárias sem fim previsto, está a gerar graves atrasos no atendimento das chamadas do 112, que estão associados a cinco mortes só na última semana.