As Forças Armadas israelitas iniciaram uma ampla operação de limpeza e recuperação de espaços na região norte do país, que faz fronteira com o Líbano, para retirar explosivos que possam permanecer naquela zona, devido ao conflito com o Hezbollah.

De acordo com as Forças Armadas israelitas, num comunicado citado pela agência Europa Press, "a operação envolve equipas de engenharia e forças adicionais, destacadas em 40 comunidades do norte de Israel", dedicadas a "limpar o material militar, resíduos e a retirar munições não detonadas".

No comunicado é destacado que as autoridades militares "estão a trabalhar há mais de um ano para criar as condições para o regresso dos residentes às suas casas, em ambiente seguro".

Cerca de 60 mil israelitas foram retirados do norte do país devido ao lançamento de 'rockets' a partir do Líbano. Em retaliação, Israel invadiu e bombardeou o Líbano. No final de novembro, os dois países acordaram um cessar-fogo de 60 dias.

Esta semana, a Amnistia Internacional denunciou que o grupo xiita libanês Hezbollah perpetrou crimes de guerra, ao lançar 'rockets' contra território israelita que provocaram vítimas civis.

Num relatório publicado na sexta-feira, a organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos revela que examinou três ataques perpetrados pelo grupo libanês em outubro que fizeram oito mortos e pelo menos 16 feridos em Israel, tendo concluído que estes atos representam violações do Direito Internacional, na sequência de uma utilização "imprudente" deste tipo de armamento.

Nestes bombardeamentos, acrescenta a Amnistia Internacional, o Hezbollah terá utilizado sistemas de lançamento múltiplo de 'rockets' não guiados, cujos projéteis carecem de fiabilidade em termos dos objetivos que pretendem atingir.

Os especialistas da ONG - que examinaram as provas relativas a estes ataques nos últimos meses - entendem que o princípio da distinção entre objetivos militares e civis não foi respeitado, embora o contexto fosse de guerra.

O grupo xiita libanês pró-iraniano declarou em várias ocasiões que os seus ataques eram dirigidos contra objetivos militares, mas admitiu em outros momentos que também procurava impactar localidades civis em geral.


Com LUSA