Kamala Harris admitiu estar a trabalhar para ganhar o voto do eleitorado masculino negro, numa rara e longa entrevista de campanha a três jornalistas da Associação Nacional de Jornalistas Negros.

"Acho que é muito importante não operar partindo da suposição de que os homens negros estão no bolso de alguém", disse a candidata.

"Os homens negros são como qualquer outro grupo de eleitores. Tem que se ganhar o voto deles e estou a trabalhar para isso, não presumindo que vou tê-lo porque sou negra", acrescentou.

Os eleitores negros do sexo masculino são tradicionalmente um dos grupos demográficos com maior inclinação democrata no país, mas os republicanos tentam fazer progressos nessa faixa, enquanto os democratas se preocupam com o enfraquecimento do entusiasmo nas urnas.

A entrevista de Harris em Filadélfia aconteceu apenas um mês após a de Donald Trump perante a mesma organização.

A entrevista com Trump abriu um capítulo na campanha em que o candidato republicano questionou repetidamente a identidade racial de Kamala Harris.

A democrata, filha de pai jamaicano e mãe indiana, rejeitou repetidamente os comentários de Trump e classificou-os como "o mesmo espetáculo de sempre".

Kamala Harris advogou que a sua candidatura oferece ao país uma oportunidade de "virar a página de uma era que, infelizmente, mostrou tentativas de alguns de incitar o medo para criar divisão no país".

Com LUSA