Um alto responsável da Marinha russa foi morto num carro armadilhado na Crimeia. Trata-se do mais recente de uma série de ataques dirigidos a militares russos e a figuras pró-Kremlin em territórios ucranianos ocupados e no interior da Rússia.

Um funcionário dos serviços de segurança da Ucrânia revelou ao canal ucraniano “Pravda” que a agência orquestrou o ataque com um carro armadilhado na cidade portuária de Sebastopol, controlada pela Rússia. Valery Trankovsky, chefe do Estado-Maior da 41ª. Brigada de Mísseis da frota da Marinha russa no Mar Negro, morreu na sequência da explosão.

De acordo com Kiev, Trankovsky era “um criminoso de guerra” que ordenou ataques com mísseis do Mar Negro contra alvos civis na Ucrânia. A Rússia tem utilizado navios de guerra daquela sua frota e bombardeiros estratégicos para realizar ataques com mísseis contra alvos em toda a Ucrânia. Estes ataques causaram centenas de vítimas civis.

O Comitê de Investigação da Rússia confirmou o ataque, sem referir o nome do funcionário militar que morreu: “Em consequência da explosão de um engenho improvisado fixado na parte inferior do carro, um militar das Forças Armadas russas foi morto”, afirmou o comitê, acrescentando que abriu uma investigação sobre “o facto de ter sido cometido um ataque terrorista”.

De acordo com o jornal “The Guardian”, meios de comunicação russos informaram que a explosão arrancou as pernas a Trankovsky, e que o militar morreu devido à perda de sangue. Trankovsky terá estado sob vigilância durante cerca de uma semana e o engenho explosivo artesanal foi detonado remotamente.

A Ucrânia definiu como alvos dezenas de militares russos e funcionários instalados na Rússia que acusou de cometerem crimes de guerra no país.

Em outubro, um militar de alta patente dos serviços de informação militares GRU, que tinha regressado recentemente dos combates na Ucrânia, foi assassinado à porta de casa, numa aldeia na região de Moscovo. No mesmo mês, a Ucrânia assumiu a responsabilidade por um ataque com um carro armadilhado que matou um funcionário da central nuclear de Zaporíjia, ocupada pela Rússia. Kiev também estará por trás do assassinato de um ex-capitão de um submarino russo, que foi morto a tiro enquanto corria na cidade de Krasnodar, no sul da Rússia. A teoria mais amplamente aceite é de que o capitão estaria a ser monitorizado através do seu perfil na aplicação de fitness “Strava”.

Outras notícias em destaque:

⇒ O Produto Interno Bruto da Rússia cresceu 3,1% entre julho e setembro, o que representa um abrandamento em relação aos trimestres anteriores, anunciou a agência nacional de estatísticas Rosstat. No primeiro trimestre, o crescimento tinha sido de 5,4% e no segundo de 4,1%. Por outro lado, a inflação atingiu 8,54% em outubro, ficando muito acima dos 4% definidos como objetivo pelas autoridades, de acordo com os dados da Rosstat. Em setembro, a inflação tinha ficado em 8,63%.

⇒ O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia alertou que a eventual autorização do Ocidente à Ucrânia para atacar alvos em território russo com mísseis de longo alcance terá uma resposta “imediata e destrutiva”. "A resposta à utilização de sistemas ocidentais de longo alcance em todo o território do nosso país será imediata e destrutiva", afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, durante a conferência de imprensa diária.

⇒ O secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, defendeu em Bruxelas uma "resposta firme" à entrada de tropas da Coreia do Norte na guerra russa contra a Ucrânia. "As forças norte-coreanas estão a combater - e agora literalmente em combate - e este novo elemento exige uma resposta firme, que será obtida", em declarações após um encontro com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Mark Rutte.