O líder da Coreia do Norte apresentou uma "ação militar imediata" numa reunião de alto nível sobre segurança nacional, num contexto de tensões acrescidas com a Coreia do Sul, avançou a imprensa estatal norte-coreana.
Kim Jong-un "definiu a direção da ação militar imediata e indicou as tarefas importantes a realizar no quadro da dissuasão da guerra e do exercício do direito à autodefesa", informou a agência de notícias KCNA.
Os mais altos responsáveis pela segurança do país, incluindo o chefe do exército e os ministros da Segurança e da Defesa Nacional, participaram na reunião de segunda-feira. O encontro realizou-se numa altura de fortes tensões entre as duas Coreias.
A Coreia do Norte, que acusou o Sul de enviar 'drones' com panfletos de propaganda para Pyongyang, enviou reforços para a fronteira e avisou que o lançamento de mais um 'drone' seria considerado "uma declaração de guerra".
"O nosso exército está a acompanhar de perto a situação e está totalmente preparado para responder às provocações do Norte", reagiu na segunda-feira o porta-voz do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (JCS, na sigla em inglês) da Coreia do Sul, Lee Seong-joon, criticando Pyongyang pelas acusações "sem vergonha".
O regime norte-coreano queixou-se da presença de vários 'drones' desde o início de outubro, que lançaram panfletos de propaganda com "rumores inflamatórios e disparates" sobre a capital, e acusou Seul de ser o responsável. Durante a reunião, foi apresentado um relatório sobre as "graves provocações do inimigo" e Kim "expressou uma posição política e militar firme", ainda de acordo com a KCNA.
O Ministro da Defesa sul-coreano, Kim Yong-hyun, negou inicialmente que Seul fosse responsável pelo envio dos aparelhos aéreos não tripulados. O JCS disse mais tarde que não podia "confirmar se as alegações norte-coreanas eram verdadeiras ou não". Grupos do Sul costumam enviar propaganda e dólares norte-americanos para o Norte, normalmente por balão.
Embora as duas Coreias permaneçam tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito de 1950-53 terminou num armistício e não num tratado de paz, o Comando das Nações Unidas na Coreia, que supervisiona o armistício, afirmou ter conhecimento das acusações norte-coreanas. "O comando está atualmente a investigar em estrita conformidade com o acordo de armistício", afirmou.