Ainda sem números concretos do prejuízo no setor florestal, Marco Almeida disse que, no setor agrícola, foram afetadas atividades como vitivinicultura, produção de frutos vermelhos, apicultura e olivicultura, e destruídos pequenos arrumos e maquinaria agrícola.

"Neste momento, temos mais de um milhão de prejuízos só no setor agrícola. Quintela, Freixiosa, Tavares, Abrunhosa, Santiago, Cunha Baixa e Espinho são as freguesias que sofreram mais", referiu o autarca socialista.

No que respeita às infraestruturas municipais, o levantamento total ainda não está feito, mas, segundo Marco Almeida, estão já identificados "prejuízos na rede viária, na sinalização horizontal e vertical, e em equipamentos públicos".

"Por exemplo, temos reservatórios de água que têm energia através de [painéis solares] fotovoltaicos e muitos estão todos estragados", lamentou.

Ao nível do património cultural do concelho, foram registados danos na Anta da Cunha Baixa, um monumento megalítico que é património nacional, acrescentou.

Os incêndios florestais que lavraram em Portugal em setembro queimaram 5.800 hectares do território deste concelho do distrito de Viseu.

Hoje, a ministra da Administração Interna, avançou que mais de um terço dos incêndios florestais registados este ano tiveram como causa o incendiarismo e revelou que, só no distrito de Viseu, arderam quase 50.000 hectares.

Segundo a ministra, Viseu foi o distrito com mais área ardida, com 49.558 hectares, seguido de Aveiro (cerca de 27 mil hectares) e Porto (20.217) hectares.

"Estes são dados provisórios que estão ainda em pré-validação no sentido de confirmação total", disse a ministra, referindo que, perante estes dados, "pretende-se fazer uma investigação no sentido de se ver em que termos estes números existem, qual a intenção, se foi dolo ou com negligência".

Segundo o sistema europeu Copernicus, os incêndios florestais da terceira semana de setembro consumiram cerca de 135.000 hectares, elevando a área ardida este ano em Portugal para quase 147.000 hectares, a terceira maior da década.

AMF (CMP) // SSS

Lusa/Fim