Sem “demissões” ou “remodelações”. Para Luís Marques Mendes, o problema criado para o Governo com as greves no INEM não se resolvem com a saída da ministra, Ana Paula Martins, mas critica a actuação da governante, que devia ter atuado mais cedo, perante o pré-aviso de greve.
"Tudo isto que está a acontecer é um bocadinho inqualificável. Uma das primeiras tarefas essenciais básicas de um Estado é tudo fazer para salvar pessoas. Aparentemente não foi feito tudo", disse. “Isto não é aceitável num Estado”, reforçou.
No seu espaço de comentário na SIC este domingo, Luís Marques Mendes considerou que todos os intervenientes no processo da greve no INEM "andaram mal" devido a esta ser "uma área tão sensível". Dizendo que compreende a greve, numa área em que depende a vida humana, deixou no ar a ideia que deveria ser repensada.
O comentário acontece quando são já conhecidas 11 mortes que estão a ser investigadas por alegadamente estarem relacionadas com os atrasos provocados pelas greve que afetaram o INEM no início da semana passada, tanto da função pública como a greve às horas extraordinárias dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar.
Contudo, apesar de considerar que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, esteve mal neste processo porque deveria ter atuado mais cedo - deu como exemplo o facto de a greve ter sido desconvocada depois de uma reunião com a governante -, Marques Mendes não defendeu a demissão da Ministra da Saúde. "O assunto não se resolve com demissão para aqui ou demissão para acolá", argumentou.
Questionado se não devem ser retiradas consequências políticas, respondeu: "O problema resolve-se tendo mais cuidado, mais atenção e evitando-se novos erros". "Isto não se resolve com remodelações, porque um Primeiro Ministro não pode a remodelar um governo de seis em seis meses", rematou. As falhas no INEM resolvem-se "havendo mais cuidado e mais rigor", repetiu.
"Tenho uma grande estima e respeito pela Ministra da Saúde, que considero uma pessoa muito bem formada e uma pessoa de grande carácter", porém as ações da Ministra, como a de reunião com o Sindicato, deviam ter sido realizadas antes da greve. "Foi uma pena", acrescentou.
António Costa sem “sentido de Estado” só quis “atacar” Pedro Nuno
Para o comentador da SIC, António Costa não devia ter assinado o artigo no jornal PÚBLICO acerca das declarações polémicas do autarca de Loures, Ricardo Leão, que defendeu o despejo "sem dó nem piedade" dos inquilinos de casas camarárias que tenham participado nos distúrbios que ocorreram na Área Metropolitana de Lisboa. “Uma pessoa com sentido de estado não escreve aquele artigo”, disse, numa das críticas mais contundentes ao ex-primeiro-ministro.
Para o comentador, o artigo co-assinado pelo antigo primeiro-ministro só serve para “atacar” Pedro Nuno Santos, fragilizando a sua afirmação como líder socialista. "O pretexto foi Ricardo Leão, o objetivo Pedro Nuno Santos", explicou.
Marques Mendes não aprova a conduta de António Costa, porque este é hoje presidente do Conselho Europeu e devia "estar acima das tricas partidárias".
Sobre o PS, Mendes diz ter apurado que o PS já decidiu que o seu candidato à Câmara Municipal do Porto será Manuel Pizarro, com Fernando Araújo como número dois. Contou ainda que Elisa Ferreira está a ser equacionada para ser a primeira candidata à Assembleia Municipal.