Luís Marques Mendes considera que “estamos muito perto” de ter um Orçamento do Estado e acha difícil que Luís Montenegro "possa ceder mais do que já cedeu".

“Estamos muito perto de ter um acordo porque Luís Montenegro fez várias cedências esta semana. Fez uma cedência de quase 90% no IRS Jovem e uma cedência de 50% na redução do IRS. No IRS Jovem, ainda pode ser encontrado um meio-termo, mas acho que, no caso do IRC, será difícil ceder ainda mais.”

No seu espaço habitual de comentário, na SIC, Marques Mendes sublinhou que a descida do IRS “é talvez a medida mais importante do programa económico do Governo”. "Se ceder mais, estará a abdicar do programa do Governo.”

"Os países que concorrem com Portugal, os do leste da Europa, têm um IRC mais baixo", disse o comentador, sublinhando que, por isso, viabilizar o Orçamento "não é uma birra" de Montenegro, "mas uma questão de interesse nacional."

O PS deve aceitar a proposta do Governo, “mesmo deixando claro que o faz a título excecional”. "Esta solução que proponho é construtiva e equilibrada, é uma solução de compromisso e bom senso, que salva o país do pesadelo de uma crise política."

Foi a “melhor semana” de Montenegro

Avaliando o desempenho do primeiro-ministro e do líder do PS esta semana, Marques Mendes considera que "foi a melhor semana" de Luís Montenegro, porque "tudo lhe correu bem", desde o acordo de concertação social e o acordo com o setor social, até ao debate parlamentar na Assembleia da República, onde "mostrou autoridade, conhecimento das matérias, sentido de Estado e talento político."

"O país político e mediático sempre desvalorizou Montenegro, tal como aconteceu antes com Cavaco Silva, em 1995, quando assumiu o cargo de primeiro-ministro. Na altura, todos se enganaram: considero que foi o melhor primeiro-ministro da democracia. As pessoas tendem, de igual modo, a desvalorizar Montenegro, mas eu penso o contrário: acho que tem boa preparação, sentido de Estado, grande capacidade de diálogo e visão para o futuro. Ele vale mais do que aquilo que se pensa e se imagina."

Também Pedro Nuno Santos "esteve bem" e, mesmo na sexta-feira, quando revelou que apresentou contrapropostas ao Governo, "reagiu com sentido de responsabilidade".