O ex-congressista republicano norte-americano Matt Gaetz, que chegou a ser convidado pelo Presidente eleito Donald Trump para o lugar de procurador-geral, foi esta segunda-feira acusado de pagar "regularmente" por sexo e de consumir drogas ilícitas.
O Comité de Ética da Câmara de Representantes dos EUA divulgou, no mesmo dia, um relatório de 37 páginas que inclui detalhes explícitos de festas e férias repletas de sexo em que Gaetz, agora com 42 anos, participou de 2017 a 2020 enquanto representava a região oeste da Florida como congressista.
As conclusões do relatório revelam que Gaetz -- que negou todas as acusações - violou várias leis estaduais relacionadas com má conduta sexual enquanto esteve no cargo.
"O Comité determinou que existem provas substanciais de que o congressista Gaetz violou as regras da Câmara e outros padrões de conduta que proíbem a prostituição, a violação de leis, o uso de drogas ilícitas, presentes inadmissíveis, favores ou privilégios especiais e obstrução do Congresso", afirma o relatório.
Matt Gaetz retirou candidatura a procurador-geral dos EUA
Em novembro de 2024, após a eleição de Donald Trump para um segundo mandato presidencial, Gaetz foi indicado para o cargo de procurador-geral dos Estados Unidos.
No entanto, Gaetz retirou sua candidatura devido a diversas controvérsias e investigações sobre sua conduta pessoal.
Agora, o futuro político de Gaetz é incerto, embora tenha indicado recentemente que estaria interessado em concorrer a um lugar no Senado na Florida.
Acusa relatório de conter "informações falsas e difamatórias"
Na segunda-feira, Gaetz interpôs uma ação judicial que visa bloquear a divulgação do relatório, que ele alega conter "informações falsas e difamatórias" que "prejudicariam significativamente" a sua "posição e reputação na comunidade".
A queixa de Gaetz argumenta que já não está sob a jurisdição do Comité desde que renunciou ao Congresso.
O relatório conclui que, para além de solicitar prostituição, o congressista "aceitou presentes, incluindo transporte e alojamento em ligação com uma viagem às Bahamas em 2018, para além dos valores permitidos".
Nesse mesmo ano, os investigadores dizem que ele conseguiu que o seu chefe de gabinete obtivesse um passaporte para uma mulher com quem estava sexualmente envolvido, dizendo falsamente ao Departamento de Estado que ela era uma sua constituinte.
Uma das peças finais de "provas substanciais" recolhidas pelo Comité determinou que Gaetz "procurou, consciente e deliberadamente, impedir e obstruir" a investigação do Congresso.
O relatório contém dezenas de páginas de exposições, incluindo mensagens de texto e registos financeiros, recibos de viagens, cheques e pagamentos 'online' entre várias pessoas envolvidas.
Em algumas das trocas de texto, Gaetz parece estar a convidar várias mulheres para eventos, escapadelas ou festas, e a organizar viagens de avião e alojamento.