A justiça espanhola considera que o Mercadona despediu "ilegalmente" um funcionário que comeu um croquete sem pagar. O trabalhador, que alega que o alimento iria para o lixo, foi despedido por ter consumido o croquete já depois da loja fechar.
O homem, que trabalhava na empresa há 16 anos, foi despedido em julho de 2023 depois de ter admitido que comeu um croquete sem pagar por ele.
Aconteceu ao final do dia, a 8 de julho do ano passado, depois do Mercadona de Albacete fechar ao público. Na secção de "pronto a comer", o funcionário, que era gerente de loja, recolheu os alimentos para colocar no lixo e nesse momento retirou um croquete de uma embalagem, uma ação que a empresa considera "muito grave".
Foi despedido dois dias depois, ao reconhecer que tinha comido o croquete, uma vez que a empresa proíbe os trabalhadores de consumir qualquer produto da loja sem pagar.
Tribunal rejeita recurso do Mercadona
Em maio, o tribunal de primeira instância decidiu que o funcionário fosse reintegrado na empresa e que o Mercadona lhe pagasse quase 40 mil euros (39.700) em salários perdidos. A empresa não concordou e pediu recurso.
De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), o Supremo Tribunal de Castilla-La Mancha rejeitou o recurso por considerar que o comportamento do funcionário não justifica o despedimento.
O Supremo Tribunal acrescenta que o Mercadona deve pagar ainda ao funcionário 600 euros pelos honorários.
A justiça apurou, segundo a AP, que era uma prática comum, depois de a loja fechar, os trabalhadores comerem produtos alimentícios que iriam para o lixo.
O tribunal destaca que o funcionário "não comeu uma embalagem inteira" de croquetes, mas apenas um que "não seria colocado à venda no dia seguinte". Nesse sentido, o consumo do croquete "não tem valor de mercado" porque ia ser "desperdiçado".